No dia 10 de março de 1952, Josef Stalin surpreendeu o
Ocidente com uma sugestão de unificar a Alemanha, desde que esta não entrasse
para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Stalin pretendia acabar com a influência ocidental sobre a
Alemanha
Entre os principais pontos da proposta apresentada pelo
chefe de governo da antiga União Soviética estava o item de número 2:
"Todas as tropas das forças de ocupação terão que se retirar do território
alemão o mais tardar até um ano depois que o acordo de paz entrar em vigor. Ao
mesmo tempo, serão fechadas todas as bases militares em território
alemão."
E o item 7 dizia: "A Alemanha se compromete a não
ingressar em nenhuma coalizão ou aliança militar, voltada contra qualquer outro
Estado cujas tropas participaram da guerra contra a Alemanha."
Isso significaria a completa neutralidade política e militar
de uma Alemanha reunificada. A Guerra Fria entre Leste e Ocidente atingia seu
auge, e a crise na Coreia ameaçava inclusive transformar-se em terceira guerra
mundial.
Estratégia da integração em alianças
As potências ocidentais, principalmente os Estados Unidos,
tinham planos bem diferentes para o lado alemão ocidental. Eles queriam
integrar a jovem República Federal da Alemanha em alianças militares e
políticas. Discutia-se, por exemplo, a criação de uma comunidade europeia de
defesa, que acabou fracassando por causa do veto francês.
Konrad Adenauer
A resposta indireta à sugestão de Stalin foi dada no dia 26
de maio de 1952, através da assinatura, em Bonn, do acordo que selava o ingresso
da Alemanha nas alianças ocidentais.
Ao esclarecer sua importância diante do Parlamento
alemão-ocidental, o então chefe de governo Konrad Adenauer destacou tratar-se
da decisão sobre se a República Federal da Alemanha deveria ou gostaria de se
integrar na Europa.
Não faltaram críticas da Alemanha Oriental, de regime
comunista. Walter Ulbricht, presidente do Conselho de Estado da República
Democrática Alemã, chegou a acusar o governo Adenauer de tornar-se
"protetorado norte-americano e trair os interesses alemães".
Os adversários políticos de Adenauer na própria Alemanha
Ocidental estavam convencidos de que em 1952 fora desperdiçada uma chance de
reunificação. Esta aconteceria só quase 40 anos mais tarde, com a derrocada do
comunismo no Leste Europeu.
Autoria Norbert Ahrens (rw)
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