terça-feira, 16 de abril de 2013

À LUZ DO POEMA


Gilberto Wallace Battilana



Voam as borboletas das idéias pelo quarto.
E ainda que me pareça impossível
cada palavra, antes de a escrever,
na teia do poema se deixa prender.
É um fogo, a minha cruz,
inunda o quarto de luz,
ainda se eu fosse um Jesus...
Diante do espelho, perplexo,
vejo o poema e eu, num só reflexo.
Cresce, é um circo, um zepelim,
um universo, é um sol, o poema,
se ilumina em mim.
E, como se estivesse no cinema,
vejo na tela do papel, projetada,
a minha mão, iluminada,
escrever até que, cansada,
tomba, e, ao tombar, tudo se apaga.
No silêncio que se faz,
o mundo se refaz.

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