terra sahel
vento
cinzento
esboçando
voos amargos
movediços
esperança a esvaiar
das alturas do futa djalon
-o bombolom
lamina ventos
anuncia eventos
repica forte
e geme
no corpo
do vento saheliano
dores saheis
em contravento
a seca
é um gemido ululante
sublimado
nas cordas adelgaçadas
do nhanhero griot
a chuva
que o vento
levou
mora no imaginário
sumido
de um choro
sem tambores
sem cana sem
lágrimas
o vento
deixou-nos
a ânsia gotejando
no pulmão da terra tísica
Tony Tcheka
(in “Os rumos de vento”- Fundão Portugal)
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