terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

TECTO DE SILÊNCIO

Ergo a minha voz



e firo o tecto de silêncio



nego a morte de crianças



porque há míngua de medicamentos





Na angústia



liberto o verbo



mordo o pólen da desgraça



que grassa



nesta África desventurada



em obra



e graça



Subdesenvolvendo-se





Coloco andaimes



nos alicerces do tempo



Perscruto os ventos



Circunciso as ondas



Nego a convivência da paciência



que amordaça a fala



e cala o sentimento





Exorcizo o paludismo



Apeio a poliomielite



Amputo a desgraça



e eis a graça da criança



florescendo a vida



Tony Tcheka

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