sábado, 4 de março de 2017

formalismo russo

Elisabet Moreira ______________ Boris S. fala sobre o jeito de ser dos russos "as coisas mais diretas"... sim, os textos teóricos, por exemplo, do "formalismo" russo são excelentes neste sentido, muito diferentes dos franceses e de certos teóricos de língua inglesa. Ah, ele ainda faz falta para defender aqueles textos, muitos dos quais traduzidos e difundidos por ele, de certa babaquice atual em que se fala tanto em "desconstrução" como se a análise imanente não tivesse lugar.... sim, tenho visto em jovens professores de faculdade certos equívocos de quem não entendeu nada. Não leu nem Jakobson, em A Dominante ou fala de resenhas que falam de resenhas e citações de citações... Nem o problema político e ideológico da União Soviética na época (aliás, o filme fala sobre isso) nem do papel fundamental do chamado formalismo russo para a arte moderna do século XX, de que a componente dialética e em processo tem que ser colocada no seu entendimento... Aliás, me lembro das análises formidáveis de Lotman, do Jakobson, do Bakhtin... enfim, isso me anda angustiando ultimamente. É mesmo hora de, além da revisão ( crítica sempre é bom) desfigurar o movimento fundamental do formalismo, da semiótica russa, para os estudos literários? Ou do próprio texto/signo que nos rodeia???


Mauro Almeida_________________ Obrigado, Elisabet. Uma das injustiças sobre o "formalismo russo" foi obra de um autor que no entanto admiro e sigo - -Lévi-Strauss. Mas cujo artigo sobre "A Morfologia do Conto de Magia" se apoia em um profundo mal-entendido -- que é o esforço de justificar a diferença entre o "estruturalismo" e o "formalismo" na suposta ausência de atenção da escola russa para questões semânticas (paradigma) e para o contexto histórico. Bóris Schnaiderman me orientou nessa questão, indicando os textos de V. Propp sobre as "Raízes Históricas do Conto de Magia Russo" (que só havia em tradução para o italiano e que Lévi-Strauss não conhecia).

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