Elisabet Moreira ______________ Boris S. fala sobre o jeito de ser dos
russos "as coisas mais diretas"... sim, os textos teóricos, por
exemplo, do "formalismo" russo são excelentes neste sentido, muito
diferentes dos franceses e de certos teóricos de língua inglesa. Ah, ele ainda
faz falta para defender aqueles textos, muitos dos quais traduzidos e
difundidos por ele, de certa babaquice atual em que se fala tanto em
"desconstrução" como se a análise imanente não tivesse lugar.... sim,
tenho visto em jovens professores de faculdade certos equívocos de quem não
entendeu nada. Não leu nem Jakobson, em A Dominante ou fala de resenhas que
falam de resenhas e citações de citações... Nem o problema político e
ideológico da União Soviética na época (aliás, o filme fala sobre isso) nem do
papel fundamental do chamado formalismo russo para a arte moderna do século XX,
de que a componente dialética e em processo tem que ser colocada no seu
entendimento... Aliás, me lembro das análises formidáveis de Lotman, do
Jakobson, do Bakhtin... enfim, isso me anda angustiando ultimamente. É mesmo
hora de, além da revisão ( crítica sempre é bom) desfigurar o movimento
fundamental do formalismo, da semiótica russa, para os estudos literários? Ou
do próprio texto/signo que nos rodeia???
Mauro Almeida_________________ Obrigado, Elisabet. Uma das injustiças sobre o
"formalismo russo" foi obra de um autor que no entanto admiro e sigo
- -Lévi-Strauss. Mas cujo artigo sobre "A Morfologia do Conto de
Magia" se apoia em um profundo mal-entendido -- que é o esforço de
justificar a diferença entre o "estruturalismo" e o
"formalismo" na suposta ausência de atenção da escola russa para
questões semânticas (paradigma) e para o contexto histórico. Bóris Schnaiderman
me orientou nessa questão, indicando os textos de V. Propp sobre as
"Raízes Históricas do Conto de Magia Russo" (que só havia em tradução
para o italiano e que Lévi-Strauss não conhecia).
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