A tropa de segurança do NSDAP (Partido Nacional Socialista
Alemão dos Trabalhadores) foi criada no dia 12 de novembro de 1920,
transformando-se mais tarde na SA (Seção de Assalto) da organização.
Seção de assalto, suporte do terror nazista
Gritando palavras de ordem, uniformizados e usando coturnos
pesados, os integrantes da tropa de segurança do NSDAP (Partido Nacional
Socialista Alemão dos Trabalhadores, o partido nazista) marchavam pelas ruas das
cidades alemãs. Na sua maioria, eram recrutados entre os jovens desempregados,
para os quais a nova República de Weimar não tinha mais qualquer sentido.
A Alemanha tinha sido derrotada na Primeira Guerra Mundial.
O desemprego era catastrófico. Quinhentos quatrilhões de marcos estavam em
circulação, mas as pessoas não tinham dinheiro suficiente no bolso – nem mesmo
para comprar manteiga para o pão.
A situação era propícia para um demagogo como Adolf Hitler,
que pôde facilmente incutir nos jovens inseguros e insatisfeitos a sua
ideologia, da mesma forma como os convencia a vestir as camisas marrons, que
tinham sido o uniforme das tropas imperiais alemãs na África oriental. A tropa
de segurança do NSDAP foi criada no dia 12 de novembro de 1920, transformando-se
mais tarde na SA (Seção de Assalto) da organização.
"Camaradas, agora vamos juntar até a última força. O
coração tremendo, o peito erguido, o punho cerrado, o sangue fervendo. O ódio e
a raiva nos movem. Nós temos de vencer. O inimigo tem de ser derrotado. Nós nos
mantemos coesos: homem por homem", ditava o juramento de lealdade dessa
tropa armada de combate, segurança e propaganda.
Assembleias em cervejarias
O berço da posterior organização de massa nazista foi
Munique. O partido de Adolf Hitler começou a promover assembleias cada vez mais
concorridas nas cervejarias da cidade. E, como os outros partidos, necessitava
de uma tropa de segurança para fazer frente aos que perturbavam as reuniões.
Desde o seu início, a SA foi um dos suportes do terror nazista. Tumultos,
agitações de caráter antissemita, badernas na rua e em espaços fechados, lutas
contra comunistas e social-democratas e até homicídios eram as armas da
organização.
Conluios entre membros da SA e criminosos eram fatos
corriqueiros. Em 1930, um líder da organização, Horst Wessel, frequentador
assíduo da zona de prostituição de Berlim, foi assassinado a tiros durante uma
briga. A SA aproveitou a situação, transformando-o em mártir: "Vamos
vingar a morte do nosso Horst Wessel e de todos os que eles tiraram de nossas
linhas de combate. Que seu espírito nos guie, para que possamos conseguir
aquilo pelo qual eles deram suas vidas."
Em 30 de janeiro de 1933, o dia em que o idoso presidente
Paul von Hindenburg passou o poder para as mãos de Adolf Hitler, 300 mil homens
usavam as camisas marrons da SA. Daí em diante, o número de membros da
organização cresceu vertiginosamente. Mais de quatro milhões de pessoas
passaram, com o tempo, a fazer parte da maior organização de massa do Terceiro
Reich.
Último líder ativo na política até 1961
Seu tempo de glória, no entanto, já havia passado. Depois
que o novo regime se estabeleceu, as camisas marrons tornaram-se uma pedra no
caminho dos governantes nazistas. Hitler queria demonstrar seriedade e tentava
aproximar-se dos conservadores.
Nesse contexto, não era adequada uma tropa de assalto, que
dizia palavras de ordem do tipo: "Mesmo que o inimigo ainda reaja de forma
feroz e busque ajuda até do diabo; mesmo que ele se contorça como uma cobra,
cuspindo veneno. Nós não nos deixamos enganar: a tempestade começa, o dia
amanhece. Milhões de homens, que querem vencer ou morrer, apresentam-se armados
para entrar em ação."
Em 1934, Hitler mandou executar o líder da organização,
Ernst Röhm. A partir de então, a SA passou a exercer apenas um papel secundário
no sistema nazista. Seu último líder, Wilhelm Schepmann, escapou de uma
condenação pela Justiça alemã do pós-guerra. Como muitos outros colaboradores
menores do regime nazista, ele acabou trabalhando, discretamente, para o governo
de Konrad Adenauer, o primeiro eleito democraticamente na Alemanha do
pós-guerra.
Talvez Schepmann acreditasse que tinha razão. Pois, afinal,
tinha obrigado seus correligionários a jurar: "Então vai chegar de novo o
dia da liberdade, em que um novo povo ressurgirá. Canções alemãs ecoarão e as
terras alemãs serão libertadas." Ele atuou como político regional do
partido BHE, que representava os alemães expulsos da Europa oriental, e só se
retirou da política no ano de 1961, quando as críticas a seu passado se
tornaram públicas e veementes.
Autoria Gerda Gericke (sv)
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