Da migração úmida e mansa do crepúsculo
ficou um olor de maresia brava,
lambendo o limo lodoso das raízes.
A lua, ciumenta e oca,
encolhida e acuada,
espia desconfiada,
pelas frestas da mata,
a terra grávida de sombras e silêncios…
O vento é um passarão agourento
voando por sobre os contornos ondulantes
da grande ilha supersticiosa
de litorais iluminados
pelos olhos da boiúna.
- Adalcinda Camarão, do livro "Poesia do Grão-Pará"
(seleção e notas de Olga Savary). Rio, Graphia, 2001.
http://www.elfikurten.com.br/2014/04/adalcinda-magno-camarao-luxardo.html
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