sexta-feira, 5 de junho de 2015




Tenho acompanhado, com desgosto, o desenrolar das negociações – se é que se pode chamar isso de negociação – entre a classe docente e o governo do Estado. Hoje, após mais uma declaração irresponsável de alguns que teimam em apequenar os professores, apetece-me dizer o seguinte:
Eu, PAI de duas crianças, estudantes da Escola Estadual Nossa Senhora das Graças, em Irati-PR, declaro publicamente que meus filhos só retornarão à escola quando os PROFESSORES decidirem, em comum acordo, retomar as atividades letivas. Portanto, só após posicionamento oficial da classe! NÃO enviarei meus filhos a uma escola sem professores, e NÃO USAREI meus filhos numa patética tentativa de pressão ou manobra política para denegrir a imagem dos professores ante a sociedade. Seria uma irresponsabilidade!
Para aqueles que vêm tentando denegrir professores, digo que, Sim, as crianças têm direito sim às aulas, mas também têm direito a uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, com PROFESSORES QUALIFICADOS, BEM PAGOS e RESPEITADOS, quer socialmente, quer pelo poder público. Considero um desrespeito aos direitos das nossas crianças, tratar seus professores e professoras como cidadãos de segunda, sem substância moral de pessoa digna, tal como se fez e se vem fazendo historicamente, culminando naquela selvageria que se viu em Curitiba no dia 29 de abril de 2015.
Entretanto, devo dizer que, diante das circunstâncias, torna-se evidente que não haverá da parte do Estado qualquer proposta de reajuste que atenda ou que chegue perto do percentual pretendido pelos professores. Infelizmente! O governo, de forma inédita (¿), tem a benevolência dos poderes legislativo e judiciário e, prolongar a greve por mais tempo, tende a desgastar a classe e não o governador. Talvez seja momento de avaliar e negociar o possível, deixando o resto para outras demandas e batalhas futuras. Digo isso a partir do resultado das discussões sobre a previdência. Não só o Estado venceu, como também o Judiciário já sacou a sua parte... adivinhem quem vai perder de novo...

 Joaquim J M Morais

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