sábado, 9 de fevereiro de 2019

O metrônomo




Quem bate
Uma frase de língua
Ao vento do jogo

Neuma do metro
O balancim confia
O tempo à dicção

Ritmo limiar é preciso
Que uma porta de palavras
seja aberta e fechada

Longa breve e pausa
O tempo passa
Ele repassará

Há como no ser
Um ar de família um ar de nada

A corrente de ares
vira as páginas
isso não faz um vinco
mas cinco

Só mais um momento
Senhor leitor
O tempo de uma palavra nua
Entre duas viradas

O que me canta
…….dobra-se
Aos calibres das cores
.

Michel Deguy, trad Marcos Siscar

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