As greves de professores, principalmente contra governos
do PSDB, encerradas ou ainda em curso, representam a luta aberta pelo
Iluminismo no Brasil. O Brasil não viveu e não teve o Iluminismo no século
XVIII, mas o terá no século XXI. A modernização do Brasil criou pela primeira
vez um sistema escolar e acadêmico com muitos professores. A principal disputa
de ideias e opiniões no Brasil contemporâneo é entre este sistema educacional público
contra alguns interesses privados de setores da indústria cultural capitalista,
setores da mídia e setores obscurantistas de algumas igrejas evangélicas,
também associados agora à mesma mídia/indústria cultural. Educação crítica,
ciência, tecnologia e cidadania inclusiva contra o padrão raso, manipulador e
superficial de cultura divulgado pelos donos da mídia e donos de algumas
igrejas evangélicas sectárias. Os interesses políticos das oligarquias
familiares da mídia, juntos com alguns donos das igrejas evangélicas, contra
centenas de milhares de professores e intelectuais, com títulos acadêmicos,
livros, artigos, pesquisas e formação de orientandos, na reprodução e expansão
do sistema educacional. Muitos excepcionais jornalistas e profissionais de qualidade
trabalham nas mídias poderosas, muitos são iluministas e qualificados, mesmo no
meio adverso do PIG e ainda conseguem algumas brechas para bons trabalhos. O
peso das opiniões políticas dos donos da mídia é verbalizado e representado por
certos tipos de "retardados educacionais", como artistas decadentes,
comentaristas de aluguel, veteranos ou novatos, alguns produzidos pela mídia do
nada, como um kim kataguiri, comentaristas da Revista Veja, da Globo, SBT,
Massa-ratinho e outros tipos facilmente contratados para falas na associação
comercial, com seus direcionamentos políticos de direita e superficialidades
genéricas. Dinheiro não compra cultura, dinheiro não compra estudo, dinheiro
não compra o habitus acadêmico, dinheiro não compra títulos acadêmicos. A
sobrevivência política e social deste tipo de mídia manipuladora,
subdesenvolvida e de igrejas caça-níquéis atrasadas no Brasil depende de um
público receptor semi-analfabeto, semi-escolarizado e que vote nos
representantes políticos mais reacionários do capital, da direita ou de algumas
das seitas evangélicas sectárias. As novas tecnologias da internet e as redes
sociais retiram poder das grandes mídias e democratizam o acesso e a divulgação
de ideias dos professores nesta batalha cultural pela civilização e pelo
Iluminismo. Mais escolas e menos prisões. Mais tolerância e menos ódio. A
presidência da Câmara dos Deputado, com Eduardo Cunha-PMDB, é um dos centros
desta polarização política contemporânea.
R c o
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