sábado, 4 de outubro de 2014

PASSEIO NOTURNO


Na noite declinante
Cala-se o nosso passo
Mãos palor temem um tremor convulso
Luz ceifa sombras em nossa cabeça
Nas sombras
Nós!
Alta reluz a estrela
O álamo pende acima
E
Ergue a terra consigo
A terra em sono abraça o céu desnudo.
Tremes e tramas
Teus lábios molham
O céu beija
E
Nos nasce o beijo!
Abendgang
Durch schmiege Nacht
Schweigt unser Schritt dahin
Die Hände bangen blaß um krampfes Grauen
Der Schein sticht scharf in Schatten unser Haupt
In Schatten
Uns!
Hoch flimmt der Stern
Die Pappel hängt herauf
Und
Hebt die Erde nach
Die schlafe Erde armt den nackten Himmel.
Du schaust und schauerst
Deine Lippen dünsten
Der Himmel küßt
Und
Uns gebärt der Kuß!

Poemas-Estalactites, August Stramm, [organização e tradução de Augusto de Campos], Editora Perspectiva, 2009, p. 52-53.

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