terça-feira, 17 de março de 2020

Não é o Coronavírus quem criou a crise econômica


Anisio Garcez HomemNão é o Coronavírus quem criou a crise econômica. Ela é fruto de uma imensa massa de capital especulativo (estamos falando de centenas de trilhões de dólares) sem capacidade de realizar lucros na produção e comércio de mercadorias. Não adianta injetar mais dinheiro no sistema financeiro porque ele está saturado de liquidez. Isso foi testado em 2008 e só arrastou o problema até aqui, numa bolha muito maior, para explodir, aí sim, pelo impacto da pandemia do coronavírus, mas poderia ser pela falência de um grande ramo industrial, como ainda é possível de acontecer. Em 2008 os bancos foram socorridos por Everests de dinheiro público tirados dos orçamentos dos governos para os serviços públicos e a previdência (a tal austeridade fiscal desenfreada) e foi como enxugar gelo. O efeito disso estamos vendo agora com a falência dos sistemas de saúde em todo o mundo, incapazes de dar conta do COVID-19. Os economistas burgueses - estes especialistas em matemática financeira e nada mais, que desprezam Marx - estão se dando conta de que sem capacidade de consumo dos salários e da renda de setores médios não há comércio e realização de lucro. Qual o problema então? O problema é que é impossível aos capitalistas multibilionários, ao mercado financeiro, às grandes fortunas, abrirem mão de montanhas enormes de dinheiro que têm em mãos para repassá-las aos assalariados sem desmoronar o sistema de produção do lucro, essência do capitalismo, porque o lucro tem como componente fundamental e inexorável baixar ao máximo o preço da força de trabalho. Ou seja, como previu Rosa Luxemburgo, o sistema capitalista entrou em colapso e já não pode mais funcionar pelas exacerbações ao limite de suas próprias contradições. A questão que se impõe é: em que momento as lideranças da classe trabalhadora por todo o mundo vão tomar consciência que soou a hora de instituir a propriedade coletiva dos poderosos meios de produção que a humanidade dispõe, planificar sua produção e pô-las a serviço da sobrevivência e bem-estar da espécie? Ficar atrelado à ideia fantasiosa de um capitalismo humanizado já passou da hora.
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Ricardo Corona Anisio, será que os financistas estão mesmo sem condições de lucro? Ou será que eles detêm o copyrigth do Coronavírus e, muito em breve, o de seu antídoto? A crise que estamos vivendo é bem profunda e sua enunciação foi dada por autores cyberpunks com seus personagens pós-orgânicos, pós-biológicos e pós-humanos, precisamente. E seus romances são certeiros, apesar de ser ficcionais, porque anunciam nesse "pós" uma crise que desenha o nosso fracasso "polítikus", pois percebem, atualmente, a imbricação entre capitalismo, comunismo e universo financeiro - acrescente-se aí nesse monstro financista de várias cabeças um corpo religioso. A ficção nos avisou.

Anisio Garcez Homem Ricardo Corona, o crash nas bolsas, com baixas acentuadas dos valores das ações, é a expressão de que os valores fictícios do capital no mercado financeiro não conseguem se relançar na produção porque não há mercado para tanto (leia-se não há consumidores!) e estão mostrando o que são: montanhas de capitais sem serventia (serventia para a realização do lucro que é nada mais nada menos do que expressão da exploração da mais-valia sobre a classe trabalhadora). É esse dilema que hoje enfrenta o grande capital e por isso o sistema está ruindo e pode levar consigo a destruição de força produtivas enormes como uma massa de trabalhadores mortos pelo COVID-19, uma massa de aposentados mortos que deixarão de receber da previdência, o fechamento de ramos inteiros da economia...mas, tudo isso (terreno fértil para alimentar todo o tipo de criação ou busca por distopias literárias) pode lançar a humanidade na barbárie e não relançar uma nova fase da economia capitalista como aos trancos e barrancos as duas grandes guerras fizeram. Há uma lei na natureza que estabelece que num determinado momento a quantidade se transforme em qualidade. É isso que está acontecendo agora. O capital - inclusive por vias artificiais e até mesmo mafiosas - acumulou-se numa tal proporção que não há como simplesmente valorizar-se, mesmo imaginando uma destruição da sociedade humana em quantidade avassaladora para criar uma possibilidade de "mercado" da reconstrução. Precisamos pensar em algo para por no lugar deste sistema da propriedade privada dos meios de produção que faliu ou está falindo e pode nos levar à barbárie.

Serginho Athayde Anísio, não tenho informações e conhecimento para discutir o texto apresentado dentro da sua narrativa. No entanto concordo que algo de novo acontece, já há algum tempo, que coloco como o emergir da sociedade do conhecimento, aquela que se dá quando a hegemonia da produção passa para a dos bens imateriais e faz surgir uma nova classe trabalhadora, a do precáriado. Por outro lado, quando a direita e a esquerda não tem rumo, esta colocada na ordem dia a barbárie da extrema direita, porque só o impossível é a saída para a civilização. A pandemia do coronavírus coloca o totalitarismo (neoliberalismo-Chauí) em xeque. O processo de globalização não tem volta; o estado tem que ser robusto para conter as próximas crises econômicas, políticas e sociais que serão globais; e que o estado de bem estar social que assegure a todos educação, saúde, segurança, moradia e aposentadoria, é uma necessidade global, como também uma política globalizada de defesa de todas as vida e a vida da Terra. Aos trabalhadores industriais e do precáriado cabe se unirem na luta local/global, para caminharem para a construção global de uma sociedade social democrata ou socialista, dependo da correlação de forças. No Brasil temos que exigir um governo de salvação nacional para deter a tragédia que o povo brasileiro vive e que se ampliará com esse governo das milícias, inclusive que deve organizar eleições gerais no curto prazo.

Ricardo Corona Anisio Garcez, a produção do corpo, que nos deu/dá diferentes conceituações em torno da ideia "trabalhador/trabalho" já não é mais o centro de interesse do capital. Este homem-máquina que já se transformou em homem-informação, hoje, é - ao menos tudo indica - descartável. Hoje o corpo recebe, assim, uma grave acusação: é limitado e perecível, imperfeito e impuro, fatalmente condenado ao descarte e à obsolescência. Trocando em miúdos: fabricar um vírus e depois uma vacina é algo altamente lucrativo.

Serginho Athayde Ricardo Corona, se Trump se manter imune, indica que os EUA já tem a vacina, o que reforça em muito a acusação da China e Irã, que fica mais verdadeira quando quer comprar as descobertas por laboratórios de outros países, quer ser proprietário da patente e lucrar sozinho.
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Ricardo Corona Serginho Athayde É isso aí, Serginho Athayde. É exatamente esse o jogo.

Serginho Athayde Trump jogou o coronavírus na China, Irã, Itália e Coreia do Sul. Na China para fazer um estrago econômico, político e social, como o laboratório dos EUA afirma que descobriu a vacina, mas só poderá produzi-la daqui a um ano, é possível que ao empestear a China em outubro do ano passado, quando 300 militares seus participaram de um jogo de guerra, acreditou que este ano a vacina já poderia ser usada e livraria o povo americano da tragédia. No Irã e Itália, o motivo foi de serem os centros comerciais na Europa e Oriente Médio da Rota da Seda, que quando estiver acabada a hegemonia americana estará debilitada no mundo através do surgimento da Eurásia. Quanto a Coréia do Sul, imagino que é decorrente do medo dela se aliar ou juntar-se com a Coréia do Norte, e de já ter chegado a tecnologia 5.0. Tudo que você escreveu acima, que interpreto como um discurso do pós-humano, que não domino, mas não subestimo. Tenho nas veias do meu coração três stents, uma resposta industrial ao meu problema, a caminho do ciborgue. Por outro lado, sei que 90% do meu corpo é uma composição de microrganismo, somada a 10% de células humanas. A penicilina e o antibiótico são composições de micro organismo, como um detergente feito de microrganismos modificado para comerem a gordura da caixa de nossa cozinha. As veias do coração são construídas também por eles, por que um deles não é modificado para comer a gordura alojada nas nossas veias? Gostaria muito de discutir esse futuro que esta aí desde 1900 com descoberta de Planck de que a partícula é onda também, do surgimento dessa realidade híbrida, material e imaterial. Um grande abraço!

Fatima de Freitas Ulisses Galetto pois é, mas se como eu, você leu e le textos que saem de boas reflexões, ajustadas e coherentes, estamos participando de um crescimento e compreensão global.

Serginho Athayde Ulisses Galetto, para mim, a realidade é o impossível e o poder esta na imaginação, que os artistas podem entender, palavras de ordem do maio francês de 68. Os políticos e economistas vivem atolados no possível, no que já era, nesses momentos de grandes transformações, ficam cegos, não conseguem imaginar o futuro. O mundo capitalista financeiro esta desmoronando, o Brazil esta destruído e dando uma banana para a tragédia do coronavírus. E a esquerda onde esta? Será que todos nós somos covardes, ou estamos sem rumo mesmo? Esta errado Lula, não podemos esperar até 2022!

Vitor Recacho Pode se dizer com uma certa segurança que a situação atual da economia deve-se a três fatos "recentes": 1) A entrada do leste asiático, principalmente da China e da Coreá do Sul na cadeia global de produção que derrubou custo, aumentou em muito a capacidade produtiva ociosa e dessa forma empurrando os salários para baixo nos países ocidentais; 2) A política do Quantitative Easing que foi usado para socorrer a economia em 2008 que tem como base derrubar os juros e aumentar a liquidez de forma incentivar à atividade econômica mas que na prática levou os juros das principais economias a taxas próximas de zero e incentivou o processo especulativo já existente das firmas, motivado pela busca de lucros pelo acionistas e; 3) Abertura da Conta Capital dos países a partir das décadas de 70/80.
O processo de financeirização não é novo porém ele foi acelerado com a abertura das Contas Capitais dos países e pela a concorrência gerada pela China, para as firmas continuarem gerando lucros para os acionistas fez-se necessário mover percentuais cada vez maiores do capital para especulação e isto debilitou o processo produtivo, diminuiu salários e aumentou a desigualdade, a crise de 2008 foi em partes resultado desse processo. Porém a solução usada para salvar os mercados e a firmas em 2008 em vez de tratar a causa, trata o sintoma. As taxas de juros quase nulas e o aumento da liquidez incentivou um processo voraz de fusões e aquisições que elevou o valor dos ativos financeiros e o endividamento das firmas.
Em 2018 "começou" a aparecer os primeiros sinais de que apesar de toda essa valorização a economia não ia bem. Tanto que esbouçou uma tentativa, que foi vencida, de subida da taxa de juros norte-americana pelo FED com uma tentava de diminuir a especulação e incentivar o investimento produtivo, porém isso foi recebido de forma muito ruim pelo mercado e pelas firmas dado o alto grau de alavancagem do mercado, uma subida de juros significaria um problema no resultados das firmas e consequentemente um redução dos lucros.
O Coronavírus foi apenas a fagulha que acendeu o estopim, a bolha já existia e crescia a paços largos. Os efeitos da quebra das bolsas de valores globais ainda vai ser sentido na diminuição do crédito, na demissão de trabalhadores e fechamento de pequenas e médias empresas nos próximos meses.
A situação atual da economia com alto grau de capacidade ociosa e juros próximos de zero, alguns até negativo, faz com que as políticas fiscais e monetárias tradicionais sejam ineficientes, a sinalização dos Bancos Centrais de usarem o mesmo receituário de 2008 mostra isso.

Claudio Ribeiro Com muito respeito, Vitor Recacho, tenho muitas dúvidas análise do panorama econômico global. No entanto, e por óbvio, estudarei seus comentários com seriedade para evitar conclusões precipitadas. Quanto ao coronavírus, creio, como você, que foi a fagulha do estopim, como foi, aqui, a dengue, a zika e, agora, o sarampo e outras doenças reaparecidas.

Vitor Recacho Claudio Ribeiro A questão do Coronavírus é que ele mexe com as expectativas dos agentes a nível global e devido a livre mobilidade de capitais entre países, financerização da economia e alto nível de alavancagem das firmas, uma mudança das expectativas gera um efeito cascata seja ele positivo ou negativo. A bolha financeira atual é uma continuidade da bolha de 2008 com acelerada pelo Quantitative Easing. Agora que as expectativas são ruins e os agentes buscam liquidez, a bolha explode e o valor dos ativos financeiros derrete.
Para o atual modelo econômico não é o caracter social e humano do Coronavírus que gera a crise mas a possibilidade de que as taxas de lucros parem de crescer.

Maria Torii O capitalismo ainda tem na desgraça da humanidade, o lucro dos laboratórios farmacêuticos, especulação financeira através dos lucros e rentabilidade entre quem pode ou não pagar fortunas para cura e prevenção de uma doença pan. A desgraça humana é o atual rendimento do mercado financeiro. O capitalismo sempre inventa uma nova maneira de lucrar.

Anisio Garcez Homem Maria Torii se fosse verdade o que você diz, que o "capitalismo sempre acha uma maneira de lucrar" ele seria um sistema eterno historicamente. O capitalismo só lucra através da exploração da mais-valia e essa mais-valia só se realiza na comercialização da mercadoria. Esse é todo o problema do sistema diante de um mercado limitado e de certa forma "destruído" pela especulação. Se os capitalistas passaram a escriturar lucros fictícios (D [dinheiro] - D' [dinheiro ampliado]) sem nenhum pudor isso são truques contábeis e não lucro realizado na troca de mercadorias. Um exemplo: os bancos brasileiros, todos eles realizaram lucros estupendos nos últimos anos e distribuíram dividendos enormes entre os acionistas, isso porque eles maquiaram os balanços fazendo constar como crédito a receber dívidas de empréstimos (com altas taxas de juros) que não serão pagas, ou seja, onde existia o rastro de alta inadimplência eles encobriram isso com escrituração fraudulenta para fazer a felicidade de alguns operadores espertalhões. Agora a bolha desta inadimplência vai explodir, por isso eles estão pedindo para serem socorridos pelo governo com dinheiro público para as "renegociações" das dívidas das famílias.

Serginho Athayde Anísio, correto, o capital com seu estado mínimo dessa vez não consegue ultrapassar a crise financeira do sistema. Só dar dinheiro para as empresas não é a saída, terá que dar também para os trabalhadores infectados, para os que entrarem em quarentena e pagar também os salários do resto enquanto a pandemia não seja extinta, e mais, para tanto, não se pode deixar nenhum foco no mundo, para isso as cidades e países estão parando em todo planeta. Por outro lado, terá que construir ou ampliar a saúde estatal e estabelecer um padrão global operacional global, para evitar gigantescas crises devido a possíveis mega prejuízos, causados por novas pandemias. Ou seja, o Estado terá que ser ampliado e o estado de bem estar social terá que ser uma das lutas principais dos trabalhadores industriais e do precáriado em todo mundo. A pandemia do corona vírus é uma espoleta que implode o totalitarismo (neoliberalismo-Chauí). Uma fato que não pode acontecer são as esquerdas olharem esse futuro imediato com os olhos do passado.
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Maria Torii Anisio Garcez Homem , já houveram interesses em fábricas de automóveis, imóveis, ouro, petróleo, ações de bancos, armamentos, tecnologia, hoje é a indústria farmacêutica. Os investidores migram, conforme a lucratividade aumenta. Faliram bancos, indústrias de automóveis, o mercado especulativo age conforme o seu interesse, capitalismo é selvagem, o mundo do lucro é o da esperteza, da visão de que ações são mais valiosas que o ser humano, e o poder do capital é somente lucro, o barateamento da mão de obra, já é passado, mais valia, é no mundo da produção, hoje é a indústria da morte, de seus insumos, dos produtos químicos ligados a doença, dos medicamentos , das compras em massa de governos. O lucro da morte já foi a dos armamentos, porém, hoje é a especulação financeira de indústrias de medicamentos, que é rentável ,chamado necrocapital. O capitalismo sempre foi ágil e migra seus interesses sempre onde há o lucro.

Vera Lucia Anunciação Só posso dizer q concordo com os dois primeiros períodos, Anísio, pois tb não conheço o suficiente pra discorrer a respeito. Na verdade, a maioria dos comentários q faço na minha página e na de outras pessoas são "chãozinhos": não demandam conhecimento profundo dos temas, mas apenas um pouco de informação e de bom senso. Ainda assim, dou muita bola afora! Muitas vezes, posto mais matérias informativas e/ou "indignativas" - e algumas vezes minha indignação vai até na grosseria, infelizmente, pois não gosto de perder as estribeiras...Agradeço teu texto e sinto não poder contribuir c a discussão. 😘

Vera Armstrong O capitalismo vive de crises e gera-las.Semore precisou da força de trabalho, só que os convenceu que são descartáveis e como tem gente demais e pouco emprego, há ainda mais exploração e esse vírus corona, também creio foi fabricado pra indústria farmacêutica e médica expandirem lucros, porém o que pode estar acontecendo e ficar evidenciado, que os governos que investem em Saúde Pública e Pesquisa Científica, estão enfrentando essa doença com mais possibilidade de cura. Afinal que importa de fato:
Vida humana ou lucro excessivos?
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Serginho Athayde Anísio e demais companheiros, a coisa boa que percebo nessa discussão, é que o facebook não é um espaço só para comentários, para se clicar gosto, etc., um instrumento para o reconhecimento do que acontece, uma plataforma a serviço da alienação do capital. Pode também ser um instrumento que permite o dialogo crítico, aquele que leva as pessoas através da crítica a crescerem juntas, sem medo de serem felizes. Do que estou entendendo até e desse momento, a pandemia do corona vírus esta parando aos poucos a sociedade capitalista global, e penso que com isso cada um de nós poderá entender individualmente o que nega homem, para negar coletivamente também o que nos nega. Na pandemia o vírus além de agir globalmente contagia a todos, capitalistas e trabalhadores, e impõe uma realidade de solidariedade e união: ou todos são protegidos, ou ninguém terá proteção. Exige, para que isto aconteça, que imediatamente se dinamize um processo de combate as carências e privilégios, para que a pandemia seja reduzida ou extinta em todo o mundo, já que a permanência de focos da doença oportunizam sua continuação e novo espalhamento, e isto só pode ser feito com a criação e ampliação de direitos. Ou seja, falam em dar trilhões dólares para as empresas, o que deve também se dar para os trabalhadores industriais e do precáriado. E não adianta tentar não dividir, nada fazer ou fazer pouco, o vírus se modifica com a própria velocidade da sua disseminação, um indicador de que os próximos serão mais letais. O que quero dizer é que o mundo se desmancha no ar e de todas as maneiras, e que o vírus pode ser representado como uma nano bomba atômica, uma nano espoleta que provoca uma reação em cadeia de átomos globalmente. A humanidade vive uma grande crise civilizatória, diversa e assustadora, pode ser a chegada do final dos tempos, do apocalipse e do Reino dos Céus, como disse Jesus, ou a grande crise econômica do capitalismo, a revolução e a sociedade socialista global, como disse Marx. Pode ser loucura, ignorância ou apenas estupidez minha, mas é o que acredito.
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Anisio Garcez Homem Paulo Antunes eu acho que vocês da FAFEN deveriam recolocar a questão do cancelmaneto das demissões e do não fechamento da fábrica. A questão é simples: desempregar neste momento é um desserviço pelo combate ao Coronavírus, depois, é um risco diante do fechamento das fronteiras e das dificuldades que virão para importar fertilizantes. É uma opinião.

Paulo Antunes Anisio Garcez Homem concordo plenamente com sua posição, porém já fomos todos demitidos, infelizmente perdemos a disputa pro TST que tem dono, Ives Gandra, perdemos pra Petrobrás que tem como dono Castelo Branco, perdemos pra prefeitura de Araucária que tem como Dono o Hissan, perdemos pra Assembléia legislativa que tem como dono o Traiano, perdemos pro Estado que tem como dono, Ratinho Jr e principalmente pra sociedade que tem como o seu maior influenciador o Facebook. Ou seja, depois de todas as lutas que travamos pra tentar reverter essa situação, ficou evidente pra todos nós que é uma luta injusta e desonesta,pois nem mídia, judiciário e política se posicionou a nosso favor. O que nos resta é lamber as feridas e tentar resistir de alguma maneira que confesso , não sei qual.

Anisio Garcez Homem Paulo Antunes, se já foram demitidos, coloquem a questão da readmissão e reabertura da fábrica de uma maneira que a população entenda. Confrontem o governo com a situação. É uma medida de defesa da vida e da sobrevivência da classe trabalhadora. O ambiente político e social mudou um pouco. Os discursos privatizantes, contra a saúde pública, da falta de dinheiro, todos estão em dificuldades neste momento de fazer porque não só a crise sanitária mostrou o desastre que o capitalismo está levando a humanidade como há uma própria crise no sistema capitalista mundial. Eu, se fosse o sindicato, apresentava uma carta pública à Petrobras e ao governo exigindo a readmissão e a reabertura da fábrica. Afinal de contas, vão ser mais 1000 trabalhadores sem salários numa crise sanitária dessas? Vai ser uma fábrica de fertilizantes desativada quando as importações mundiais de fertilizantes podem ser dificultadas ou cortadas e nossa agricultura vai ficar sem capacidade de produção para alimentar o povo? Eu tentaria esse diálogo com a população.
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