quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Na superfície dialética

Na superfície dialética
inacabadas somem na noite
ou pela porta
cada palavra com sintomas metafóricas
uma metralhadora
surge
abro o coração alvo
e pronto sou o alvo.

Na superfície sou uma arvore de idéias
levanto as mãos e digo tudo bem
sou eu melhor amigo
porém louco
todos em mim concordam
e dizem amém
ou assim seja,
pois que seja,
queres a sombra assim mesmo?

Na superfície ás vezes fico cego
e minha alma nada no rio que
a chuva por si fez ,
guerra em mim
na trégua sou meu melhor amigo
na guerra me desconheço
sou um animal no zoológico.

Na profundeza o leilão
é de um só lance,
segue no mergulho?
Ou
desculpas convincentes
encaixam melhor,
decisões sem fé
é estar sozinho.
Massa vigia a massa
até o pão estiver pronto para o forno.

Para que formulas novas
na dialética vence
a superfície intelectual.
Amoras roxas viram brancas
se cego for o sabor será
semelhante silvestre.

Entro no mar e vou para as profundezas
experimentar fatias de mentiras e verdades
até enjoar e descobrir que não sou eu
a realidade
leis do tempo e de fragrância
um incenso
abraçando
o contrario desperto
imerso.

Momento de dizer adeus ao pensamento
na profundeza sem esforço
abandono
num segundo
as horas
sem destino
distintas emoções
avesso dos excessos.
Volto à superfície sem fôlego.
E dizer o que?
ninguém foi comigo
não tenho provas
mas provei
por isso o sorriso.


Nelson Aharon

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