domingo, 30 de outubro de 2016

REFLEXÃO, A QUENTE, DE UM MILITANTE DE ESQUERDA INDIGNADO

Milton Temer

REFLEXÃO, A QUENTE, DE UM MILITANTE DE ESQUERDA INDIGNADO - Tristes tempos. Terminado o segundo turno, que ninguém me venha mais com a vitória do “ninguém”. Voto nulo e voto branco, queiramos ou não, só garantem a vitória de quem ganhou.
E quem ganhou foi a direita.
O retrocesso e até o obscurantismo se instalam pelo voto popular. Os golpistas festejam, e já estão aí as manchetes dizendo que o governo golpista saiu das urnas referendado.
Como explicar isso depois de 14 anos da eleição de líder sindical, e de seu partido definido como classista, dos trabalhadores, socialista?
Ouso dizer, e que ninguém me venha de borzeguins ao leito achando que não é hora de comentar, que mergulhamos nesse cenário trágico exatamente por conta deste combinado Presidente eleito/cúpula do neoPT não ter tido a coragem política de por em prática nada daquilo que justificou sua esperançosa chegada ao Planalto.
Pelo contrário.
Traiu o que marcava sua caminhada quase heroica de duas décadas na oposição aos governos neoliberais e se instalou, não para desconstruir, mas, sim, par dar continuidade ao que antes condenava.
Neste último período, então, chegamos ao alambrado da vilania, quando não da traição vil, pela vilania do estelionato eleitoral de Dilma Roussef.
Estelionato, ademais, que terminou por concorrer de forma intensa com a audácia de uma direita absolutamente bandalha - porque muito mais corrupta, oportunista e desqualificada, do que propriamente ideológica.
Veto à Auditoria da Divida que o PSOL conseguiu fazer aprovar no Congresso; sanção da Lei Antiterror, hoje principal instrumento de repressão do clone pindorama de Mussolini; acordo para o primeiro passo do projeto criminoso de entrega do Pré-Sal, proposto por José Serra; para além das tentativas de “ajuste”, via Levy e Nelson Barbosa, na linha do que o economista referencial de Lula, o banqueiro tucano Henrique Meirelles, ora implementa ritmo acelerado.
Está aí uma penca de rendições humilhantes que não impediram que a direita mais reacionária rompesse o Pacto Conservador de Alta Intensidade que mantinha com o lulopragmatismo.
O resultado não poderia ser outro, senão a tragédia concretizada nessa ascensão brutal do retrocesso político e social .
Uma tragédia que lamentavelmente não se restringiu aos responsáveis pela desmoralização de suas bandeiras.
Frustrou também os esforços do PSOL, no Rio, em Belém e em Sorocaba.
Que essa cúpula petista seja rapidamente varrida, para que a esquerda possa reiniciar sua afirmaçãoo de valores reformistas e revolucionários.
PS - Não culpo eleitores que optaram pelo obscurantismo no Rio. Que ele realize, na própria vida, a responsabilidade pela eleição de um perigoso reacionário, apóstolo do mais abjeto obscurantismo. E daí tire as consequências. Deposito minhas esperanças na lucidez, na coragem e na combatividade dos que sufragaram Marcelo Freixo

Luta que Segue!! Pois Moer no Áspero é nossa sina

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