Milton Temer
REFLEXÃO, A QUENTE, DE UM MILITANTE DE ESQUERDA INDIGNADO -
Tristes tempos. Terminado o segundo turno, que ninguém me venha mais com a
vitória do “ninguém”. Voto nulo e voto branco, queiramos ou não, só garantem a
vitória de quem ganhou.
E quem ganhou foi a direita.
O retrocesso e até o obscurantismo se instalam pelo voto
popular. Os golpistas festejam, e já estão aí as manchetes dizendo que o
governo golpista saiu das urnas referendado.
Como explicar isso depois de 14 anos da eleição de líder
sindical, e de seu partido definido como classista, dos trabalhadores,
socialista?
Ouso dizer, e que ninguém me venha de borzeguins ao leito
achando que não é hora de comentar, que mergulhamos nesse cenário trágico
exatamente por conta deste combinado Presidente eleito/cúpula do neoPT não ter
tido a coragem política de por em prática nada daquilo que justificou sua
esperançosa chegada ao Planalto.
Pelo contrário.
Traiu o que marcava sua caminhada quase heroica de duas
décadas na oposição aos governos neoliberais e se instalou, não para
desconstruir, mas, sim, par dar continuidade ao que antes condenava.
Neste último período, então, chegamos ao alambrado da
vilania, quando não da traição vil, pela vilania do estelionato eleitoral de
Dilma Roussef.
Estelionato, ademais, que terminou por concorrer de forma intensa
com a audácia de uma direita absolutamente bandalha - porque muito mais
corrupta, oportunista e desqualificada, do que propriamente ideológica.
Veto à Auditoria da Divida que o PSOL conseguiu fazer
aprovar no Congresso; sanção da Lei Antiterror, hoje principal instrumento de
repressão do clone pindorama de Mussolini; acordo para o primeiro passo do
projeto criminoso de entrega do Pré-Sal, proposto por José Serra; para além das
tentativas de “ajuste”, via Levy e Nelson Barbosa, na linha do que o economista
referencial de Lula, o banqueiro tucano Henrique Meirelles, ora implementa
ritmo acelerado.
Está aí uma penca de rendições humilhantes que não impediram
que a direita mais reacionária rompesse o Pacto Conservador de Alta Intensidade
que mantinha com o lulopragmatismo.
O resultado não poderia ser outro, senão a tragédia
concretizada nessa ascensão brutal do retrocesso político e social .
Uma tragédia que lamentavelmente não se restringiu aos
responsáveis pela desmoralização de suas bandeiras.
Frustrou também os esforços do PSOL, no Rio, em Belém e em
Sorocaba.
Que essa cúpula petista seja rapidamente varrida, para que a
esquerda possa reiniciar sua afirmaçãoo de valores reformistas e
revolucionários.
PS - Não culpo eleitores que optaram pelo obscurantismo no
Rio. Que ele realize, na própria vida, a responsabilidade pela eleição de um
perigoso reacionário, apóstolo do mais abjeto obscurantismo. E daí tire as
consequências. Deposito minhas esperanças na lucidez, na coragem e na
combatividade dos que sufragaram Marcelo Freixo
Luta que Segue!! Pois Moer no Áspero é nossa sina
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