segunda-feira, 25 de julho de 2016

Eros



fragmento de Safo de Lesbos

[queima-nos]

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Poema 99

Caio Valério Catulo

Um selinho mais doce que doce ambrosia,

Juvêncio, te roubei quando brincavas.

Mas não impunemente: pois da cruz mais alta

me vejo, há uma hora ou mais, pendido

pedindo-te perdão, e sem que minhas lágrimas

consigam aplacar a tua ira.

Assim que te beijei, teus dedos delicados

te lavaram o lábio com gotículas,

de modo que do meu no teu não resta nada,

pois julgaste ser mijo, não saliva.

Desde então me castigas com um amor negado,

e de tantas maneiras me excrucias,

que vejo, então, mudado o beijo de ambrosia

em amargor pior que o mesmo amargo;

por um selinho amor assim me castigou:

o que faria, ai, ai, se fossem dois?

(tradução de Érico Nogueira)


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