segunda-feira, 28 de março de 2016

A CRISTO, N.S. CRUCIFICADO.


(Estando o poeta na última hora da sua vida)

Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
Em cuja lei protesto de viver,
Em cuja santa lei hei de morrer,
Animoso, constante, firme e inteiro:
Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer;
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.
Mui grande é o vosso amor e o meu delito;
Porém, pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,
Que, por mais que pequei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.


Gregório de Matos
André Castelo Branco Machado 

É possível sim um governo, acobertado pelo silêncio de grandes empresas de comunicação, impedir investigações de esquemas de corrupção. Em SP tá tudo bem escondido, em sigilo e amordaçado.

Isso já ocorreu na esfera federal aqui no Brasil, na época em que o governo apoiado pelos Marinho engavetava tudo e a globo não dava um pio. Eles querem voltar e, para isso, convenceram um monte de gente a sair às ruas "contra a corrupção" e pelo impeachment da presidente eleita.

“Não pretendo te convencer”

Quando argumentamos sobre algo e dizemos que não pretendemos convencer, isso pode significar que estamos conversando fiado. Explicamos ou fundamentamos uma ideia (argumentar) para convencer alguém ou a nós mesmos. Se argumentamos apenas para nós mesmos, devemos fazer isso realmente, e não incomodar os outros. Mas muitas vezes as pessoas dizem que não pretendem convencer sinalizando humildade, querendo dizer que elas próprias não acham seus argumentos fortes. Isso é diferente de dizer que não procurou convencer. É dizer que achas que não conseguiu ou conseguirá convencer.


jan. 28th, 2016

crítica autônoma

sábado, 26 de março de 2016

O Homem — um cadáver adiado


A vida do homem não é mais do que uma luta pela existência com a certeza de ser vencido.
— Arthur Schopenhauer, in As Dores do Mundo.

Que a vida ensine que tão
ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe.
Verde. Como a esperança.
Pois, do jeito que o mundo vai,
dá vontade de apagar e começar tudo de novo...

Artur da Távola
J. Carlos de Assis*
reprodução Em artigo anterior expus os vícios praticados pelos noticiaristas e comentaristas da Globo na cobertura distorcida do noticiário nacional. Agora vou acabar o serviço fazendo uma análise sumária do noticiário internacional. Este é o campo preferido de William Waack, onde, com seus esgares característicos, ele nada de braçadas, ora vocalizando os interesses do Departamento de Estado americano, ora fulminando com a política de integração sul americana iniciada na gestão de Lula e aprofundada no governo Dilma.

As duas mais brilhantes conquistas da diplomacia brasileira há décadas, a construção da Unasul e o apoio decidido à organização dos BRICS, pareceram à Globo um passo insignificante ou nulo para os interesses brasileiros objetivos. Por puro viés ideológico, ela desmereceu o momento político mais positivo da região, em décadas, criado por afinidades democráticas entre os presidentes da América do Sul. E relegou a Arnaldo Jabor a tarefa de caracterizar a Unasul como uma entidade ideológica esquerdista e insignificante.

A motivação óbvia é o descompasso potencial entre Unasul e os interesses norte-americanos, defendidos diligentemente por Jabor, algo que ficou ainda mais explícito com a organização dos BRICS. Neste caso, ao interesse econômico concreto, a diplomacia brasileira adicionou um aspecto adicional geoeconômico e geopolítico, tendo em vista a aproximação política do Brasil com a China e, principalmente, com a Rússia – o grande rival nuclear pós-Guerra Fria dos Estados Unidos no plano mundial. A atitude da Globo aqui não foi principalmente de oposição mas de omissão ou desmerecimento.

Talvez o fato mais significativo em outro nível, a subserviência da Globo à política racista americana pró-Israel e contra os muçulmanos, tenha sido a cobertura pela tevê da iniciativa do Governo Lula no sentido de uma solução para a questão nuclear iraniana. Com prévio conhecimento de Obama, Brasil e Turquia propuseram um caminho ao Irã e aos Estados Unidos para se chegar a um acordo aceitável para as partes. Israel ficou contra, e obrigou os Estados Unidos a voltarem atrás e abortar a iniciativa. Obama se comportou, portanto, como um mau-caráter servil aos belicistas, e o Jornal de Waack tomou o lado dos belicistas.


A Globo regozijou-se com o mau resultado da legítima tentativa do Brasil, como membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, de tentar ajudar no encaminhamento pacífico do mais prolongado e difícil conflito no mundo contemporâneo. O comentarista Arnaldo Jabor festejou o que teria sido um monumental fracasso brasileiro, condenando publicamente a interferência de Lula num jogo político que lhe parecia ser destinado exclusivamente aos “grandes”. Não houve uma única referência ao fato de que, pela primeira vez nas negociações dos Estados Unidos (ou, como querem, do “ocidente”) com o Irã, chegou-se muito próximo de um acordo por uma audaciosa e oportuna intervenção brasileira e turca, quebrando o gelo das negociações.

Não posso imaginar nenhuma televisão no mundo que se coloque tão abertamente contra iniciativas diplomáticas abertas de seu país, em especial quando se trata de iniciativas de paz, como a rede Globo. Claro, para Waack e Jabor mais vale uma gracinha na mão que um noticiário responsável voando. A parcialidade em favor da direita anti-palestina de Israel, assim como da direita norte-americana salta à vista. No caso do Irã, assim como foi anteriormente no caso do Iraque, o interesse norte-americano vem descaradamente coberto por um ente de razão chamado “ocidente”, como se houvesse uma real coligação de países ocidentais coordenados pelo hegemon decadente. O que se tem, hoje, na Europa é apenas medo da pressão diplomática e econômica norte-americana.

Não fossem a internet e as redes sociais, jamais saberíamos que o avião derrubado na Ucrânia o foi provavelmente por forças radicais do governo de Kiev, e não pelos insurgentes russófilos; que o assassinato de Allende foi orquestrado pelo Departamento de Estado; que o golpe brasileiro teve o patrocínio direto americano; que a direita belicista israelense sequestrou corações e mentes americanas; que o noticiário vindo dos Estados Unidos está contaminado por uma visão parcial da história mediante o controle direto pelo aparato de informação da notícia distribuída pelas agências.

Os repórteres da Globo enviados para o exterior, com raríssimas exceções – posso citar Renato Machado, com medo de prejudicá-lo no meio da mediocridade e da negatividade -, absorvem a cultura local pela ótica norte-americana, e não pela brasileira. Em matéria de política e de economia o que vale é o que agrada o Tio Sam. Em geral, são mal formados, porque a Globo dá atenção máxima à forma, não ao conteúdo. De qualquer modo, as meninas bonitas da Globo defendem suas promoções seguindo rigorosamente a cartilha de direita extremada da emissora.

Conheci Waack décadas atrás, na cobertura de uma reunião dos Sete Grandes em Bonn, na Alemanha. Na época, a cobertura política tinha total precedência sobre a econômica, pois o neoliberalismo ainda não estava plenamente instalado no mundo. Waack se revelou contente de me entregar a parte econômica da cobertura porque, dizia ele, não sabia nada de economia. Fiz minha parte. Testemunhei o que foi a completa capitulação da França e da Itália socialistas ao credo neoliberal defendido por Reagan e Thatcher no comunicado final. Claro, Waack e a maioria dos jornalistas políticos não tiveram ideia do que estava acontecendo.

Como isso aconteceu em 1985, teria bons motivos para acreditar que, desde então, aprendera alguma coisa de economia. Não é, porém, o que revela nos comentários. Na verdade, ele trava uma tremenda guerra com Jabor, outro fundamentalista da superficialidade, para saber qual dos dois é o mais raivoso, mais insolente, mais anti-nacional. A propósito, Waack fez uma longa pesquisa militar na Alemanha e na Itália para produzir um livro em que pretendeu demonstrar cabalmente que a FEB fez verdadeiro fiasco na Segunda Guerra, e que Monte Castelo foi um vexame. Bons, mesmo, verdadeiros heróis foram os norte-americanos!


*Jornalista, economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de mais de 20 livros sobre Economia Política, entre os quais “A Razão de Deus”.

GOLPISTAS NO CURRAL


Como é formada, em sua imensa maioria, por analfabetos políticos com altíssimo déficit de leitura, a direita brasileira tende a se movimentar quase que exclusivamente como manada.
Então, assim como o "kkkkkkk", que lhes serve de sustentação literária tanto para disfarçar preconceitos como para consagrar estultices, o clichê do momento entre a reaçada é o argumento barato do todos-os-corruptos-devem-ser-presos-não-interessa-o-partido.
É como se, de repente, os milhões de eleitores de Aécio Neves tivessem descoberto o Código Penal, mas somente depois de seu líder e salvador da pátria começar a aparecer nas delações como insistente - chato mesmo - receptador de propinas.
Esse movimento ganhou forma nas últimas manifestações de rua, quando a turba com camisas da CBF viralizou nas redes mensagens dando conta de que, ao contrário do PT, não tinha compromisso com "bandidos de estimação".
Isso vindo de uma gente que marchou até Brasília para tirar foto com Eduardo Cunha.
Colocar-se, agora, a favor de prender todos os corruptos, não importa qual o partido, é, antes de tudo, uma maneira cafajeste de fingir que não está apoiando o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff - justo no momento em que as coisas começam a dar errado para os golpistas.
É mentira.
Essa gente abobalhada de verde-e-amarelo nunca foi a favor de prender corruptos, até porque votou sempre neles, movida pela catapora infantil do antipetismo.
Esses neoprobos formam as fileiras da classe média apavorada e iletrada do Brasil, alimentada de ódio pela mídia - esse lixo que depende do golpe para voltar a mamar nas tetas do Estado.
Então, não me venham com essa história, agora, que querem todos os corruptos presos.
Ninguém vai acreditar nessa moralidade tardia de quem, na verdade, está com vergonha de ser apontado como um golpista fracassado, daqui por diante.
Não depois de terem sido tocados pelos corruptos como gado, pelas ruas do País, mugindo palavras de ordem fascistas e ruminando o ódio que lhes foi servido como capim.

(Leandro Fortes)
Em algum momento, todos terão que se sentar e negociar em cima de um plano de salvação nacional. E dando uma saída para os parlamentares que dependem do voto não-ideológico.
Provavelmente a grande moeda de troca será Lula. Ou melhor, a perspectiva Lula para 2018. Obviamente, a decisão exclusiva é do próprio Lula e de sua energia para enfrentar a guerra e tentar consolidar nova maioria.
Seja quais forem os termos do acordo, é importante que o lado responsável da República comece a pensar em saídas. E que os diversos poderes comecem a recolher seus radicais, sob risco de serem atropelados pela própria tropa.

(Luis Nassif)
Carlos Ruggi


Diógenes de Sínope (404 ou 412 a.C. – 323 a.C.) foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto. Eventualmente se estabeleceu em Corinto, onde continuou a buscar o ideal cínico da autossuficiência: uma vida que fosse natural e não dependesse das luxúrias da civilização. Por acreditar que a virtude era melhor revelada na ação e não na teoria, sua vida consistiu duma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Erros Que Algumas Lojas Estão Cometendo Nesta Época de Crise


Meu nome é Luciana do Rocio Mallon, sou escritora e trabalho no comércio desde jovem. Na verdade, entendo mais sobre vendas do que sobre Literatura.
Resolvi escrever este artigo porque vi comerciantes cometendo erros cabeludos nesta época de crise.
Há lojas que resolveram fechar as portas, algumas horas por dia, como protesto. Poxa, isto traz mais prejuízo ainda. Pois, clientes interessados podem passar bem nos minutos em que elas estejam fechadas.
Porém, uma gafe pior está sendo cometido por alguns estabelecimentos na semana pascoal. Pois, alguns comerciantes resolveram abrir as portas bem na Sexta-Feira Santa. O problema é que vivemos num país onde a maioria é cristã. Portanto trabalhar neste dia sagrado passa a imagem de heresia. Hoje cheguei a ver campanhas na Internet como:
“ – Sou cristão e não compro em lojas que abrem na Sexta-Feira Santa.”
 “ - Povo de fé, boicote estabelecimentos que vendem na Sexta-Feira da Paixão. “
“ – Amigos, passem o ano inteiro sem comprar em lugares que fazem comércio na sexta-feira santa.”
“ – Lojista que não respeita a sexta-feira de Cristo, também não respeita freguês.”
Portanto, comerciantes: não fechem suas lojas em dias úteis e não abram na Sexta-Feira da Paixão, se quiserem lucrar alguma coisa nesta crise.

Luciana do Rocio Mallon
Carlos Ruggi

O cidadão, definitivamente, está se tornando indefeso diante de uma mídia e de um Judiciário que acham “normal” você ser moralmente linchado perante a opinião pública.

A ditadura midiático judicial faz o que quer. A lei do direito de resposta, quando se lhe tirou a aplicação automática, virou um pedaço de papel destinado ao lixo.

Tinieblas egipcias



Mijaíl Bulgákov

¿Dónde se ha metido todo el mundo el día de mi cumpleaños? ¿Dónde están los faroles eléctricos de Moscú? ¿La gente? ¿El cielo? ¡Detrás de las ventanas no hay nada! Tinieblas...

Estamos aislados de la gente. Los primeros faroles de petróleo se encuentran a nueve verstas de nosotros, en la estación del ferrocarril. Seguramente allí parpadea un farolillo que poco a poco se extingue a causa de la tormenta. A medianoche pasará aullando el tren rápido que va a Moscú y ni siquiera se detendrá: no le hace falta una estación olvidada, sepultada bajo la nieve. Apenas la registrará...

Los primeros faroles eléctricos están a cuarenta verstas, en la capital del distrito. Allí la vida es dulce. Hay un cine, almacenes. Al mismo tiempo, mientras la tormenta aquí aúlla y deja caer la nieve sobre los campos, en la pantalla flota una caña, se mecen las palmeras, parpadea una isla tropical...

Nosotros estamos solos.

-Tinieblas egipcias -observó el enfermero Demián Lukich levantando la cortina.

El enfermero se expresa con solemnidad, pero con mucha exactitud. Justamente: egipcias.

-Tome una copa más -le invité. (¡Ah, no me juzguen! Nosotros, el médico, el enfermero y las dos comadronas, ¡también somos seres humanos! Durante meses no vemos a nadie, excepto a cientos de enfermos. Trabajamos, estamos enterrados bajo la nieve. ¿Acaso no podemos bebernos dos copas de alcohol mezclado con agua y acompañarlas con sardinas de la región el día del cumpleaños del médico?)

-¡A su salud, doctor! -dijo conmovido Demián Lukich.

-¡Le deseamos que se acostumbre a estar entre nosotros! -dijo Ana Nikoláievna, y mientras hacía chocar su copa con la mía, se arreglaba su vestido de gala.

La segunda comadrona, Pelagueia Ivánovna, también chocó conmigo su copa, bebió y de inmediato se puso en cuclillas y removió la estufa con el atizador. Un cálido brillo se agitó en nuestros rostros. Nuestros pechos se calentaban por el vodka.

-De verdad que no comprendo -dije excitadamente mientras miraba la nube de chispas que levantaba el atizador- qué hizo esa mujer con la belladona. ¡Es terrible!

La sonrisa apareció en los rostros del enfermero y de las comadronas.

El asunto era el siguiente. Ese día, durante la consulta de la mañana, entró en mi consultorio una sonrosada campesina de unos treinta años. Hizo una reverencia ante el sillón ginecológico que estaba a mi espalda, sacó de su seno un frasco de boca ancha y dijo en tono halagüeño:

-Gracias, ciudadano doctor, por las gotas. ¡Me han ayudado tanto, tanto...! Deme otro frasquito.

Cogí de sus manos el frasco vacío, miré la etiqueta y la vista se me nubló. En la etiqueta estaba escrito, con la amplia caligrafía de Demián Lukich: "Tinct. Belladonn...", etcétera. "16 de diciembre de 1917."

En otras palabras, yo le había recetado a la mujer una dosis respetable de belladona y hoy, día de mi cumpleaños, 17 de diciembre, la mujer volvía con el frasco vacío y la petición de que se le repitiera la dosis.

-Tú..., tú..., ¿te lo tomaste todo ayer? -pregunté con voz asombrada.

-Todo, padrecito querido, todo -dijo la campesina con voz cantarina-; que Dios te dé salud por estas gotas..., medio frasquito en cuanto llegué, y medio frasquito cuando me acosté a dormir. Como mano de santo...

Me apoyé en el sillón ginecológico.

-¿Cuántas gotas te dije que tomaras? -exclamé con voz ahogada-. Cinco gotas... ¿Qué has hecho, mujer? Qué has..., yo te...

-¡Le juro que las tomé! -dijo la campesina pensando, quizá, que yo no la creía y suponía que se había curado sin mi belladona.

Sujeté sus mejillas sonrosadas con mis manos y examiné las pupilas. Pero las pupilas estaban perfectamente. Bastante bonitas y completamente normales. El pulso de la mujer también estaba bien. En definitiva, no presentaba ningún síntoma de envenenamiento por belladona.

-¡No puede ser...! -dije, e inmediatamente grité-: ¡¡¡Demián Lukich!!!

Demián Lukich, con su bata blanca, emergió del corredor de la farmacia.

-¡Contemple, Demián Lukich, lo que esta buena mujer ha hecho! No entiendo nada...

La mujer giraba asustada la cabeza, comprendiendo que era culpable de algo.

Demián Lukich se apoderó del frasco, lo olió, lo hizo girar en sus manos y dijo con severidad:

-Querida, mientes. ¡No has tomado la medicina!

-Le ju... -comenzó a decir la mujer.

-Mujer, no nos engañes -dijo Demián Lukich, torciendo con severidad la boca-, comprendemos todo perfectamente bien. Confiesa, ¿a quién has curado con esas gotas?

La campesina levantó sus pupilas normales hacia el techo esmeradamente blanqueado y se santiguó.

-Que me...

-Basta, basta... -refunfuñó Demián Lukich, y se dirigió a mí-: Ellas, doctor, hacen lo siguiente. Cualquier artista como ésta va a la clínica, le recetan una medicina y luego, cuando llega a la aldea, convida a todas las campesinas.

-Pero qué dice usted, ciudadano enfer...

-¡Basta! -interrumpió tajante el enfermero-. Llevo aquí más de siete años. Lo sé. Naturalmente ha repartido las gotas por todas las casas de la aldea -dijo, dirigiéndose nuevamente a mí.

-Deme más de esas gotitas -pidió de manera enternecedora la campesina.

-No, mujer -le contesté, y me sequé el sudor de la frente-; ya no tendrás que curarte con esas gotas. ¿Estás mejor del estómago?

-¡Me he curado como por milagro...!

-Bien, magnífico. Te recetaré otras gotitas, también muy buenas.

Receté valeriana a la campesina, que, desilusionada, se marchó.

De este caso hablábamos en mi apartamento el día de mi cumpleaños, cuando en el exterior colgaban, como una pesada cortina, las tinieblas egipcias.

-Lo que pasa es que -dijo Demián Lukich, masticando delicadamente el pescado en aceite-, lo que pasa es que nosotros ya estamos habituados a este lugar. En cambio usted, doctor, después de la universidad, después de la capital, tiene que acostumbrarse mucho, muchísimo. ¡Es un lugar muy alejado!

-¡Ah, un lugar muy alejado! -replicó como un eco Ana Nikoláievna.

La tormenta bramó en alguna parte de las chimeneas, se oyó detrás de la pared. Un reflejo púrpura caía sobre la hoja metálica que estaba junto a la estufa. ¡Bendito sea el fuego que abriga al personal médico en este alejado lugar!

-¿Ha oído hablar de su antecesor, Leopold Leopóldovich? -preguntó el enfermero, y después de ofrecer delicadamente un cigarrillo a Ana Nikoláievna encendió el suyo.

-¡Era un doctor maravilloso! -exclamó con entusiasmo Pelagueia Ivánovna, mirando con ojos brillantes el agradable fuego. Una peineta de gala, con piedras falsas, se encendía y se apagaba en sus cabellos negros.

-Sí, una personalidad extraordinaria -confirmó el enfermero-. Los campesinos lo adoraban. Él sabía cómo tratarlos. ¿Liponti debía hacer una operación? ¡Ahora mismo! Porque en lugar de Leopold Leopóldovich ellos lo llamaban Liponti Lipóntievich. Creían en él. Él sabía cómo hablar con ellos. Por ejemplo, una vez llegó al consultorio su amigo Fiódor Kosói, de Dúltsevo. Así así, dijo, Liponti Lipóntievich, tengo el pecho tapado, no puedo respirar. Además, parece que me arañan la garganta...

-Laringitis -dije maquinalmente, acostumbrado, después de un mes de enloquecida carrera, a los instantáneos diagnósticos campesinos.

-Exactamente. "Bien", le dice Liponti, "te voy a dar un medicamento. Estarás curado dentro de dos días. Aquí tienes unos emplastos de mostaza franceses. Te pegas uno en la espalda, entre las paletillas, y el otro en el pecho. Mantenlos ahí durante diez minutos y luego quítatelos. ¡En marcha! ¡Hazlo!" El campesino cogió los emplastos y se marchó. Dos días más tarde apareció en el consultorio.

"-¿Qué ocurre? -le pregunta Liponti.

"Kosói contesta:

"-Pues resulta, Liponti Lipóntievich, que tus emplastos no me han ayudado en nada.

"-¡Mientes! -se indigna Liponti-. ¡Los emplastos franceses no pueden no ayudar! Seguramente no te los has puesto.

"-Cómo que no me los he puesto. Todavía los traigo puestos...

"Y al decir esto se vuelve de espaldas, ¡y tenía el emplasto pegado sobre la pelliza!"

Solté una carcajada. Pelagueia Ivánovna reía y golpeaba con saña un tronco con el atizador...

-Usted dirá lo que quiera, pero eso es un chiste -dije-; ¡no puede ser verdad!

-¿¡Un chiste!? ¿¡Un chiste!? -exclamaron las comadronas, a cual más fuerte.

-¡No! -exclamó con enojo el enfermero-. Aquí, sabe usted, la vida toda está hecha de esos chistes... Aquí ocurren cosas como ésa...

-¡Y el azúcar! -exclamó Ana Nikoláievna-. ¡Cuéntenos lo del azúcar, Pelagueia Ivánovna!

Pelagueia Ivánovna cerró la estufa y comenzó a hablar, con la vista baja.

-Voy un día a ese mismo Dúltsevo a ver a una parturienta...

-Ese Dúltsevo es famoso -no pudo contenerse el enfermero, y añadió-: ¡Perdón! ¡Continúe, colega!

-Bien, como es natural, la examino -continuó la colega Pelagueia Ivánovna-, y siento bajo mis dedos algo incomprensible en el canal de parto... Algo que estaba suelto, una especie de trocitos... Era ¡azúcar refinado!

-¡Ese sí es un chiste! -hizo notar solemnemente Demián Lukich.

-Un momento..., no entiendo nada...

-¡La abuela! -replicó Pelagueia Ivánovna-. La curandera se lo había enseñado. Tendrá, le había dicho, un parto difícil. El bebé no quiere salir a este mundo de Dios. En consecuencia, hay que atraerlo. ¡Así que decidieron seducirlo con dulce!

-¡Qué horror! -dije.

-A las parturientas les dan a masticar cabellos -dijo Ana Nikoláievna.

-¡¿Para qué?!

-Quién sabe. Tres veces nos han traído parturientas así. Aquella pobre mujer estaba acostada y no hacía más que escupir. Tenía la boca llena de cerdas. Es por superstición. Creen que así el parto será más sencillo...

Los ojos de las comadronas brillaban por los recuerdos. Estuvimos largo rato sentados junto al fuego, tomando té. Yo escuchaba sus relatos como embrujado. Contaban cómo, cuando era necesario llevar a la parturienta de la  aldea  al  hospital,  Pelagueia  Ivánovna  siempre  iba detrás en su trineo por si cambiaban de opinión durante el camino y llevaban de nuevo a la parturienta a las manos de la comadrona de la aldea. Contaban cómo, en cierta ocasión, a una parturienta que tenía al bebé en una posición incorrecta, la colgaron del techo cabeza abajo, para que el niño se diera la vuelta. Contaban que una comadrona de la aldea de Korobovo, que había oído decir que los médicos hacen un corte en la bolsa de aguas, llenó de cortes la cabeza del bebé con un cuchillo de cocina, de tal forma que ni siquiera una persona tan famosa y hábil como Liponti pudo salvarle y menos mal que pudo salvar a la madre. Contaban cómo...

Hacía mucho tiempo que habíamos cerrado la estufa. Mis invitados se marcharon a su casa. Durante un rato vi cómo la ventana de la habitación de Ana Nikoláievna despedía una luz opaca que luego se apagó. Todo desapareció. Con la tormenta se mezcló una espesísima noche de diciembre y una cortina negra me ocultó el cielo y la tierra.

Yo paseaba de un lado a otro de mi gabinete; el suelo crujía bajo mis pasos, hacía calor gracias a la estufa holandesa y se oía roer en algún lugar a un diligente ratón.

"Pero no -pensaba yo-, lucharé contra las tinieblas egipcias durante todo el tiempo que el destino me mantenga en este lugar perdido. Azúcar refinado... ¡Qué les parece...!"

En mis sueños, nacidos a la luz de la lámpara cubierta por una pantalla verde, surgió la enorme ciudad universitaria y en ella una clínica, y en la clínica, una enorme sala, un suelo de azulejos, brillantes grifos, blancas sábanas esterilizadas, un asistente con una barba puntiaguda, muy sabia y canosa...

En momentos así un golpe en la puerta siempre inquieta, asusta. Me estremecí...

-¿Quién está ahí, Axinia? -pregunté, asomándome por la barandilla de la escalera interior (el apartamento del médico era de dos pisos: arriba estaban el gabinete y el dormitorio y abajo, el comedor, otra habitación -de finalidad desconocida- y la cocina, en la cual se alojaban Axinia, la cocinera, y su marido, el inamovible guardián de la clínica).

Resonó la pesada cerradura, la luz de una lámpara penetró y se balanceó en el piso de abajo. Entró una corriente de aire frío. Luego, Axinia me informó:

-Ha llegado un enfermo...

Yo, a decir verdad, me alegré. No tenía sueño y, como consecuencia del ruido del ratón y de los recuerdos, comenzaba a sentirme algo melancólico y solitario. Además un "enfermo" significaba que no era una mujer, es decir que no se trataba de lo peor: un parto.

-¿Puede caminar?

-Sí -contestó bostezando Axinia.

-Entonces que vaya al gabinete.

La escalera crujió durante largo rato. Subía un hombre sólido, de gran peso. Entretanto yo ya me había sentado detrás del escritorio, e intentaba que la vivacidad de mis veinticuatro años no se escapara del caparazón profesional del esculapio. Mi mano derecha sostenía el estetoscopio, como si fuera un revólver.

Una figura vestida con una pelliza de cordero y botas de fieltro entró con dificultad por la puerta. La figura tenía el gorro en las manos.

-¿Por qué viene usted tan tarde? -pregunté con enorme seriedad, para tranquilidad de mi conciencia.

-Perdone usted, ciudadano doctor -respondió la figura, con una voz baja, agradable y suave-, ¡la tormenta es una verdadera desgracia! He llegado tarde, pero qué se puede hacer; ¡discúlpeme, por favor!

"Un hombre educado", pensé con satisfacción. La figura me había gustado mucho e incluso la espesa barba pelirroja me había producido una buena impresión. Por lo visto aquella barba era objeto de un cierto cuidado. Su dueño no sólo la recortaba, sino que además le untaba alguna substancia que cualquier médico que hubiera pasado aunque sólo fuera un corto tiempo en la aldea podría distinguir sin dificultad: aceite vegetal.

-¿De qué se trata? Quítese la pelliza. ¿De dónde es usted?

La pelliza quedó como una montaña sobre la silla.

-La fiebre me tortura -contestó el enfermo, y me miró tristemente.

-¿La fiebre? ¡Aja! ¿Viene usted de Dúltsevo?

-Exactamente. Soy molinero.

-¿Y cómo le atormenta la fiebre? ¡Cuénteme!

-Cada día, en cuanto dan las doce, comienza a dolerme la cabeza. Luego me sube la fiebre, me martiriza durante un par de horas y luego me deja.

"¡El diagnóstico está listo!", tintineó victoriosamente en mi cabeza.

-¿Y en las horas restantes no tiene nada?

-Tengo las piernas débiles...

-Aja... ¡Desabróchese la ropa! Jumm... así.

Hacia el final del examen, el enfermo me había encantado. Después de las ancianas obtusas, de los adolescentes asustados que se apartan aterrados de la cucharilla de metal, después del asunto de la mañana con la belladona, mi ojo universitario descansaba en aquel molinero.

Las palabras del molinero eran sensatas. Además, resultó que sabía leer y escribir, e incluso cada uno de sus gestos estaba impregnado de respeto por mi ciencia favorita: la medicina.

-Bien, amigo -dije dándole un golpecito en su amplio y cálido pecho-, usted tiene malaria. Una fiebre intermitente... Ahora tengo toda una sala vacía. Le recomiendo que se interne. Le atenderemos como es debido. Comenzaré a curarle con polvos y, si eso no le ayuda, le inyectaremos. Tendremos éxito. ¿Eh? ¿Se internará...?

-¡Se lo agradezco profundamente! -contestó muy cortésmente el molinero-. Hemos oído hablar mucho de usted. Todos están contentos. Dicen que usted cura tan bien... Incluso estoy de acuerdo con las inyecciones, con tal de curarme.

"¡Vaya, este hombre es en verdad un rayo de luz en la oscuridad!", pensé, y me senté detrás del escritorio. El sentimiento que experimentaba en ese momento era tan agradable, que no parecía que fuera un molinero ajeno a mí quien había venido a visitarme en la clínica, sino mi hermano.

En una receta escribí:

Chinini mur. 0,5
D.T. dos. N 10
S. al molinero Judov
un sobre a medianoche.

Y estampé una audaz firma.

En otra receta:

"¡Pelagueia Ivánovna! Reciba en la sala número 2 al molinero. Tiene malaria. Hay que darle un sobre de quinina, como es costumbre en estos casos, unas cuatro horas antes del ataque, es decir a la medianoche.

 ¡Ahí tiene usted una excepción! ¡Es un molinero con educación!"

Ya acostado en mi cama, recibí de las manos de la hosca y soñolienta Axinia la nota de respuesta:

"¡Querido doctor! Lo he hecho todo. Pel. Lbova."

Me quedé dormido.

...Y desperté.

-¿Qué pasa? ¿Qué? ¡¿Qué ocurre, Axinia?! -farfullé.

Axinia estaba de pie, cubriéndose recatadamente con una falda de lunares blancos sobre fondo oscuro. La vela alumbraba temblorosamente su rostro adormilado y agitado.

-Acaba de venir Maria. Pelagueia Ivánovna le ha ordenado que lo llamara a usted de inmediato.

-¿Qué ha sucedido?

-Dice que el molinero se está muriendo en la sala número 2.

-¡¿Qué?! ¿Se está muriendo? ¿¡Qué es eso de que se está muriendo!?

Mis pies descalzos sintieron de inmediato el suelo helado, al no dar con las zapatillas. Se me rompían las cerillas y tardé bastante en encender la llamita azulada de la lámpara... El reloj marcaba exactamente las seis.

"¿Qué ocurre...? ¿Qué ocurre? ¡¿Acaso no será malaria?! ¿Qué tendrá el molinero? El pulso era magnífico..."

Antes de cinco minutos, con los calcetines puestos al revés,  la chaqueta sin abotonar, despeinado, con mis botas de fieltro, atravesé corriendo el patio, todavía completamente oscuro, y entré en la sala número 2.

Sobre una cama deshecha, junto a unas sábanas arrugadas, vestido tan sólo con la ropa de la clínica, estaba sentado el molinero. Le alumbraba una pequeña lámpara de petróleo. Su barba pelirroja estaba completamente despeinada y sus ojos me parecieron negros y enormes. El molinero se tambaleaba, como si estuviera borracho. Se observaba a sí mismo con horror, respiraba pesadamente...

La enfermera Maria, con la boca abierta, miraba el rostro púrpura oscuro del molinero.

Pelagueia Ivánovna, con la bata torcida y la cabeza descubierta, se lanzó a mi encuentro.

-¡Doctor! -exclamó con voz algo ronca-. ¡Le juro que no tengo la culpa! ¿Quién podía haberlo esperado? Usted mismo escribió que era una persona educada...

-¡¿Pero qué pasa?!

-¡Imagínese, doctor! ¡Se ha tomado los diez sobres de quinina de una sola vez! A medianoche.

* * *
Era un opaco amanecer de invierno. Demián Lukich recogía la sonda estomacal. Olía a aceite de alcanfor. La palangana que se encontraba en el suelo estaba llena de un líquido parduzco. El molinero yacía agotado y pálido, cubierto hasta el mentón por las sábanas. La barba pelirroja sobresalía erizada. Me incliné. Le tomé el pulso y me convencí de que el molinero había salido con bien.

-¿Cómo está? -le pregunté.

-Tengo tinieblas egipcias en los ojos... Oh... Oh... -contestó el molinero con una débil voz de bajo.

-¡Yo también! -contesté irritado.

-¿Cómo? -replicó el molinero (todavía me oía mal).

-Explícame una sola cosa, buen hombre: ¡¿por qué lo has hecho?! -le grité con fuerza en el oído.

Aquel sombrío y hostil bajo me respondió:

-Pensé que no valía la pena perder el tiempo tomando los sobres de uno en uno. Me los tomé todos juntos y asunto terminado.

-¡Es monstruoso! -exclamé.

-¡Un chiste! -respondió el enfermero, en una especie de cáustica modorra.

* * *
"Pero no..., lucharé. Lucharé... Yo..." Y se apoderó de mí un dulce sueño después de una noche difícil. Se extendió un velo de tinieblas egipcias... y en él me pareció verme a mí..., no sé si con una espada o con un estetoscopio. Camino... Lucho... En un lugar apartado. Pero no estoy solo. Conmigo camina mi ejército: Demián Lukich, Ana Nikoláievna, Pelagueia Ivánovna. Todos con batas blancas y siempre adelante, adelante...

-¡Qué cosa tan espléndida es el sueño...!

FIN

1926


Biblioteca Digital Ciudad Seva
Várias pessoas são agredidas verbalmente e fisicamente por defender suas ideias. Instituições políticas e de defesa dos trabalhadores sofrem atentados, isso tudo em Curitiba, mas não foi só aqui. SERÁ QUE ESTAMOS TORNANDO CURITIBA NA CIDADE DO FASCISMO? Juiz Moro é a globo contribuíram muito pra essas ações que foram pensadas para acelerar o golpe de Estado, mas felizmente tem gente abrindo os olhos e vendo que o que era para ser uma ação para investigar e punir agentes públicos e privados por corrupção se transformou numa arma política contra um grupo social. Prova cabal dessa onda manipuladora, e que mostra quem esta por traz desse movimento foi a capa do jornal gazeta do povo deste domingo, que cede ou cobra p ter uma capa com a bandeira do Brasil chamando a população p apoiar a derrubada de Dilma. Quem banca isso? Os sindicatos patronais bancam, ou seja este governo não agrada os patrões. Já se perguntou porque? ta na hora de se perguntar, afinal patrão jamais concordou com essa de trabalhador ter direitos e salários decentes, ta na hora também de entender quem são as pessoas que insistem em manter o país no caos e com as ameaças contra qualquer um que pense diferente. Talvez a fala daquele ator que, numa peça de Chico Buarque em Minas, se colocou contra Dilma e quando viu a plateia discordar de sua opinião se revelou ao dizer "que não poderia ser interrompido por um negro filho da p....". Esse inconformismo que a oposição, setores do judiciário, da mídia, dos empresários e muitos cidadãos de classe média demonstram não é contra a corrupção, e sim um ódio de classe, e usarão todos os recursos para tentar tirar esse governo que veio a 14 anos e tirou tanta gente da miséria, que deu crédito p aquisição de geladeira, tvs de última geração, automóvel, que fez o maior plano de moradia de todos os tempos, que mais inclui pobres e negros nas universidades, que fez mais universidades neste 14 anos do que essa burguesia canalha fez em 500, que aprovou o direito da empregada de ter carteira assinada, etc etc. Se você ainda não percebeu o que está acontecendo e preciso abrir um pouco mais os olhos. Democracia não significa perpetuar algum grupo no poder, significa respeitar a vontade da maioria que expressou sua vontade no voto. A mentira e a manipulação seguem firme do lado de lá. Mas do lado de cá os eleitores deste governo e as pessoas que tem um mínimo de censo critico não se rendem a manipulação midiática, a ameaças e aos agentes golpistas internos e externos. As manifestações contra esse golpismo aumenta no Brasil e no mundo e cada vez mais gente se soma para denunciar e impedir esse golpe na nossa democracia.
Tadeu Veneri 

Fonte : Augusto Franco
Não há motivo de espanto para a recente sequência de mobilizações ocorridas em vários pontos do país, onde uma massa de cidadãos defende Luiz Inácio Lula da Silva, denuncia a tentativa de golpe contra Dilma Rousseff e aponta os abusos do juiz Sergio Moro. Após dois anos de espetáculo judicial, assiste-se a um despertar da consciência democrática da sociedade brasileira, a mesma que no passado produziu momentos inesquecíveis de resistência a movimentos autoritários.
Nascida como uma investigação necessária sobre corrupção na Petrobras que se transformou numa operação contra a democracia, a Lava Jato e os aliados de Sergio Moro enfrentam uma oposição relevante, no plano da luta social, nos meios jurídicos e no centro de poder político. É a primeira vez que isso acontece, desde seu evento inaugural, a prisão do doleiro Alberto Yousseff, seguida do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Carlos Ruggi
O velho ditado que um pingo é letra serve para a declarção de Barack Obama, em Buenos Aires, sobre a crise brasileira. Obama foi sacramentar seu apoio ao fascista Macri, assinou acordos de segurança (militares) e econômicos. Sobre o Brasil disse esperar que o País resolva sua crise com “maturidade” É sintomático que tenha dito isso num país viizinho, com diferenças visíveis em vários aspectos, num momento delicado como o que vivemos. Ou seja, com golpe ou sem golpe, isso pouco importa aos EUA. Vale dizer, o golpe é preferido, até porque, sai de Wall Strett, de grandes especuladores sionistas. Esse é o pingo que vale letra, de um presidente cujo governo grampeou a presidente do Brasil. O aval ao golpe. Não explicou o que significa, para ele, maturidade. Nem precisava.

Laerte Braga
É obvio que estes documentos achavam-se numa zona de penumbra, numa destas esquinas escuras onde quem quer surpreender e assustar se oculta, para aparecer na “hora certa” e produzir pavor.
Tanto pavor, pelo seu conteúdo explosivo, que o Jornal Nacional decretou, ele próprio, “sigilo de golpismo” para não dizer que estavam lá Serra, Aécio, Cunha e muitos outros, mas não estavam Lula e Dilma Rousseff.
Agora o Congresso se agita, todos louco para entregar o mandato presidencial e salvar os seus.
Não houve um acaso, houve um ardil.

(Fernando Brito)
Carlos Ruggi

O ódio de classe não depende tanto da fragilidade identitária do perseguido, mas do perseguidor. Por isso, ele se alimenta do veneno que ele mesmo produz, ou seja, o ressentimento social.



...o professor Wanderley Guilherme dos Santos escreveu que a Lava Jato coloca o país numa situação de chantagem: “É falsa a tese de que o Judiciário se sobrepôs ao Executivo e ao Legislativo. A verdade aterradora é que um grupo de procuradores e juízes-bomba acuou as três instituições da ordem democrática usando a chantagem de se auto explodir, instalando, no ato, o estado natural da desordem.”
Para Wanderley Guilherme, cabe reconhecer que essa situação estimula movimentos de caráter fascista, que dão sinal de vida em várias partes da Europa. “Não é recente a revelação das sementes fascistas de parte da opinião pública brasileira. O fenômeno é consubstancial às sociedades capitalistas, e só contido por condições econômicas favoráveis e instituições democráticas vigilantes. À intolerância do irracionalismo sucumbem todos os países, se a oportunidade se lhe oferece, como o provam os péssimos espetáculos contemporâneos das civilizadas sociedades nórdicas, pós-crise de 2008.”
A questão é a defesa da democracia. A boa notícia é que um número cada vez maior de brasileiros já percebeu isso.

(Paulo Moreira Leite)
“A corrupção é um crime, como é um crime o tráfico de drogas, como o contrabando de armas é crime, como criminoso é –embora falte a coragem de dizê-lo– o sistema carcerário permitido e mantido pelo Judiciário e pelos Executivos estaduais. Mas ninguém apoiaria a adoção de um regime autoritário para tentar a eliminação de qualquer desses crimes paralelos à corrupção. ”

(Janio de Freitas)
Ano da graça de 1965, Magalhães Pinto, preocupado com as eleições para o governo de Minas, que considerava essencial para seus planos de ser presidente, ao perceber que a candidatura de Paes de Almedida, ex-ministro da Fazenda de JK é favorita e disparada, se vale de recursos para impugnar o candidato. O processo vai parar no STF e José Bonifácio Andrada, um dos principais líderes da ditadura, manda uma carta ao ministro Bonifácio Andrada, daquela corte, fazendo um, apelo pessoal pelo seu voto e divulga o documento. Bonifácio Andrada, uma exceção de honradez entreos andradas, se declara impedido de votar. Será que Gilmar Mendes tem idéia do que seja isso? Ou Rosa Weber que condena sem provas e é prima da mulher de Aécio? Fux já se sabe, passa as sessões plenárias tomando conta da peruca para não cair e revelar a calvície que é moral também. Paes de Almeida foi impugnado e Israel Pinheiro, que entrou em seu lugar 15 dias antes da eleição. Deu uma coça no candidato de Magalhães, Roberto Rezende. Magalhães foi o único politico a presidir o Senado sendo interditado judicialmente por dilapidação do patrimônio pessoal. Vera Fischer estava quase virando dona do Banco Nacional.

Laerte Braga
Muitas pessoas acham que o nazifascismo surgiu do nada mas basta passar uma vista mais rigorosa nos tratados de história, os sérios, claro, que cuidam da acumulação capitalista, e ver-se-á que foi a culminancia de um ciclo de explorações violentas na Ásia, Africa e Américas, onde o carrasco nazista quis unificar a exploração do mundo, evitando as incontáveis guerras por conflito de interesses entre os saqueadores. Claro que colocou no topo a Alemanha e a Itália, com o que não concordou a Inglaterra, dona de incontáveis possessões coloniais, num mundo, como se falava, onde o sol nunca se punha. Também houve o confronto entre os USA e o Japão, disputando o dominio do Pacífico e suas riquezas. Vencido o socialismo, na guerra fria, que conteve a sanha do imperialismo por 70 anos, porque concorria com ele, os eternos carrascos estão agindo outra vez, e desta feita, sob a forma de uma doutrina, o chamado neoliberalismo, que visa destruir estados, nações, entidades sociais, partido politicos, sindicatos etc, pulverizando qualquer organização humana, para que, atomizados, os individuos, sejam presas fáceis de seu domínio,hoje exercido via imprensa, que põe grilhões na cabeça e não nos pés e braços, como antigamente. A luta, pois, é para salvar uma experiência tropical de 500 anos, ameaçada pelas mesmas incursões que belgas, franceses, alemães, italianos, ingleses, americanos e outros,fizeram contra povos classificados como "inferiores", desde o século XVI, e que continuam hoje, sob outras formas, o dominio ideológico e politico, conseguido através de poderos meios de comunicação, que quase devolveram o homem à barbárie.

José Do Nascimento Barreto

segunda-feira, 21 de março de 2016

É para entender tudo e apoderar-se de nada
Que vêm ao mundo os poetas.

Sergey Esenin
Ruy Braga


Ao menos a atual crise política teve um efeito pedagógico: mostrar aos trabalhadores, em especial, aos mais jovens, que a democracia é uma conquista das lutas sociais. Depois de quase 30 anos de vigência da democracia representativa e após 13 anos de governos petistas - que se especializaram em afirmar que "estava tudo bem" e que a burocracia iria "entregar o prometido" -, muitos haviam se esquecido de como a democracia é frágil em países capitalistas periféricos... Sem mobilização social, não há democracia. Menos lulismo, mais ativismo!
 Verlaine Freitas

"Quanta miopia política é necessária para um jovem de classe média vestir uma camisa como essa? Quanta força para tornar os seres humanos idiotas possuem os meios de comunicação em massa? O que esperar de progresso quando nossa juventude se orgulha de fazer apologia à barbárie como meio de progresso político?

Theodor Adorno dizia que o principal objetivo da educação é evitar que o genocídio nazista perpetrado sobre suas vítimas voltasse a se repetir sob outras formas. Pelo visto, estamos muito, mas muito longe mesmo, de conseguir isso. A educação formal, escolar, ainda é tão idiotamente técnica, tão absurdamente desconectada da formação da cidadania, que podemos formar engenheiros totalmente capazes de erguer um prédio de 40 andares, mas completamente imbecilizados quanto ao que significa uma ditadura que amordaçou, violentou e assassinou a quem pedia liberdade política.

Tudo isso deve gerar um alerta crucial, de primeira grandeza a todas as pessoas que tenham um mínimo de consciência do que significa a importância da educação: ou nós lutamos para inserir nos processos educacionais uma reflexão detida, prolongada e robusta sobre o que significa cidadania, liberdade política e espírito democrático, ou continuaremos a ser arrastados por este processo de ofuscamento e imbecilização generalizado que grassa em nosso país, movido principalmente pelos meios de comunicação em massa. Não podemos nos omitir. Se algo de bom restar de todo este complexo de desestruturação de nosso corpo político, terá sido a certeza desse compromisso."

domingo, 20 de março de 2016

Contra o Golpe




Para entendermos setores do judiciário e alguns juízes precisamos entender a sua cultura social e política original. "O Juiz de Paz da Roça" foi a primeira comédia de costumes do teatro brasileiro, de Luís Carlos Martins Pena. A peça foi escrita por volta de 1833 e representada em 1838. Desde a gênese do Estado Nacional se revela o atual enredo de abusos do poder pessoal, corrupção envolvente e "o jogo entre o direito, enquanto doutrina jurídica, e a vontade e os desmandos puramente pessoais de quem assume o cargo de juiz". O juiz de paz no texto é um pequeno corrupto, de uma corrupção quase imperceptível, lidando com a inocência e ignorância dos roceiros. A crítica aos costumes sociais e às grandes hipocrisias sociais da época, os escravos e o contrabando escravocrata aparecem nas entrelinhas. "Os meias-caras agora estão tão caros! Quando havia Valongo eram mais baratos" ! Como sempre as grandes injustiças, corrupções e desigualdades sociais eram solenemente ignoradas pelos juízes da roça nos seus direcionamentos arbitrários da justiça !



 Ricardo Costa de Oliveira

"Mesmo um observador leigo da política brasileira é capaz de constatar que os pretos e pardos estão excluídos das arenas decisórias brasileiras. Contudo, a ausência de registros sobre a cor/raça dos políticos brasileiros sempre dificultou o dimensionamento essa sub-representação e as suas possíveis causas. Desde as eleições de 2014, porém, o Tribunal Superior Eleitoral computa a raça/cor dos candidatos registrados, o que permite contornar parcialmente essas dificuldades. Neste trabalho, recorremos a esses dados para dimensionar quão sub-representados pretos e pardos estão na Câmara dos Deputados e, sobretudo, testar algumas hipóteses explicativas de tal fenômeno".

Luiz Augusto Campos (IESP/UERJ)

Curitiba 18 de março


sábado, 19 de março de 2016

Susan Blum Moura

Quando pequena eu pensava de que lado estaria se fosse adulta nos anos 60. Via a foto dos escritores e artistas nas ruas e me imaginava como Clarice Lispector e outros. Hoje acho que estou me encontrando...
Posso estar errada? Posso. Mas enquanto eu não tiver dados mais concretos, será assim que vou me manifestar.

Mesmo porque ainda acho que de todos a Dilma é a menos pior.
Ao nos manifestarmos ontem, na rua XV de novembro, em Curitiba, houve um momento em que uma família veio a janela bater panelas (e vários outros em que outras pessoas vieram em apoio), a essa família respondemos com uma emocionante e uníssona palavra de ordem "panela vazia não é democracia". Concordando com o texto abaixo, vejo que poderíamos, também ter respondido "estou protegendo você, seu filho da puta".

Haya Del Bel

creio que existe um certo glamour em ser de esquerda, um romantismo goliardo que remonta a noites frias em alguma silenciosa estalagem da europa oriental, ou, quem sabe, a associação a um tropicalismo selvagem de charutão na boca e cabelos ao vento - evidentemente, ao som de um bolero. contudo, o tesão mesmo, deve estar na conspiração, claro, não há graça nenhuma em ser revolucionário sem conspirar e ser conspirado, isso sem falar, na possibilidade do exílio, já pensou, ser alçado à categoria de exilado, fazer obras proibidas, impublicáveis e geniais? o contato ontológico com a própria cultura, insulado numa terra estrangeira? mas, também há um certo glamour em ser de direita. grandes festas, viagens, mulheres, carrões, aquele élan dos filmes sobre a guerra fria - ao som de bizet ou puccini, tomando vinhos caros, porque de ferro só a cortina e a margaret thatcher. isso sem falar na espionagem e contraespionagem, claro, que graça há em ser de direita sem espionar e ser espionado? e quem sabe terminar numa embaixada em praga ou paris ou londres, com a sensação cosmopolita de ser de todo lugar e de lugar nenhum.

William Teca

O analfabeto social.


Enquanto professor e estudioso de filosofia, estou desenvolvendo um conceito de Analfabetismo Social, que tem a ver com inteligência social. O analfabeto social é aquele (a) que não desenvolveu mentalmente a sua capacidade de lidar com a diversidade, seja ela de gênero, etnia, crença ou qualquer outra cultural. O analfabeto Social acha que apenas a sua cultura e visão de mundo é correta e tenta, numa atitude infantil, proteger-se atacando, menosprezando e até ignorando (invisibilidade) as outras visões de mundo, a diversidade que existe.
A base do analfabetismo social reside no preconceito, que ele faz questão de cultivar.
Todo preconceito implica em ignorar algo, não conhecer. Assim o analfabeto social baseia-se em sua própria ignorância e visão limitada de mundo para justificar a imposição daquilo que acha certo.
O analfabeto social é tão ignorante (popular Burro), que ainda quer que os outros também sejam ignorantes e pensem como ele.
É uma ameaça à democracia haver políticos analfabetos sociais, pois estes não compreendem os princípios básicos da liberdade social, devido a sua ignorância não os permitir.
O analfabetismo social não esta vinculado ao nível de escolarização, visto que há analfabetos doutores e pessoas sem escolarização com fluência no respeito à diversidade.
O analfabetismo social deve ser combatido, pois prejudica a harmonia social, os valores sociais como solidariedade, empatia, senso de isonomia (igualdade de direitos), liberdade de expressão, dentre outros!
O analfabeto social é uma ameaça ao bem estar social!
Prof Jeferson Kaibers – Filosofia


A esquerda insiste que o problema é Moro, mas Moro é apenas o operador da estratégia, ele nem tem preparo para pensar essa estratégia, não tem vocabulário, nem pensamento para fazer uma estratégia como essa. O foco não está onde deveria estar, que é onde o Nassif chamou de "alto comando", que é a procuradoria, Janot, a equipe dos procuradores, o nível de articulação do alto judiciário, que é a cabeça dessa estratégia de desestabilização. Lula argumenta que há esperança na instância superior, de que quando chegar, no limite, no Supremo, vai haver uma reversão das violências. É uma crença que não tem mais base, porque, mais do que sinais, há atos e omissões que mostram que não cabe mais a esperança de que a Constituição será em última instância defendida. A Constituição já foi violada "N" vezes nos últimos meses, e nas últimas semanas de modo absolutamente escandaloso. Não cabe mais a expectativa de que em última instância a República será salva.

Izabella Zanchi
Andréa Deren Destefani‎

 Curitiba, PR, Brasil ·


O ano era 1989 e a Sala Miguel Bakun havia saído da Biblioteca para ser abrigada na Secretaria de Cultura..Lembro como hoje, eu toda empolgada fazendo um texto sobre este pintor maravilhoso quando alguém -que nem lembro mais o nome- pediu que eu reescrevesse o texto de uma outra forma com outro final. Sendo filha de quem sou e sabendo da importância da história real não mudei. Vendo uma postagem aqui lembrei disto e fui dar uma olhada sobre o que há dele na internet....Dizem que se matou porque estava "deprimido" e atormentado pela religião, mudaram a história. Era um espaço importante,mas alguém resolveu mudar o nome e hoje parece que se restringe só a uma sala no Oscar Niemeyer. Digo tudo isto para pedir a cada um de vocês que conservem o que sabem, publiquem o que sabem, para nunca mais cairmos nos erros das ditaduras.
(15/03) - Vladimir Safatle: daí sim, né, Luciana Genro?!?!

Excerto da entrevista:

"[...]
UOL - Mesmo com toda a instabilidade, há quem diga que este é o momento mais democrático pelo qual o Brasil já passou, olhando sob a perspectiva histórica. O que o senhor acha?
SAFATLE - De fato, do ponto de vista do funcionamento democrático, pode parecer que já passamos por situações piores. Claro que não podemos comparar o momento atual com a ditadura, que é a antipolítica por excelência.
Dentro da experiência democrática brasileira, comparando com o período entre 1945 e 1964, entretanto, esta é a primeira vez que a população brasileira olha para o futuro e não vê algo possivelmente diferente do que ela viu até agora. Entre 45 e 64 havia um processo em massa, apesar dos conflitos brutais e tentativas de golpe. Havia a expectativa de uma tomada democrática do poder, de uma implementação de reformas. Havia um projeto que pensava no futuro. De 1985 para cá, houve algo parecido, em dois projetos de modernização nacional. O problema é que esses dois projetos acabaram. Pela primeira vez na política brasileira temos mais de que uma crise de representação, mas o vazio de atores políticos. Ninguém consegue mobilizar a população brasileira. Nesse contexto, a situação atual brasileira é de fato a pior possível.
Esse tipo de situação, em que países dão menos de que podem dar, cria uma depressão política, econômica e social, e os países ficam menores de que eles são. Não tem nada pior. Nem mesmo durante a ditadura havia uma depressão sociocultural como temos hoje, pois existia uma força de contraposição, que aumentava gradativamente.

[...]"

Monica De Castro

quinta-feira, 17 de março de 2016

14 de março às 06:31 ·

Moradora do Centro de Curitiba, ontem ouvi, infelizmente, mais de uma vez, as piores grosserias generalizadas e dirigidas não apenas à Presidente da nação, eleita pelo voto em uma dita democracia.
Ouvi xingamentos para minorias, em especial a população carente do País. Triste demais!
Se era para ser uma manifestação contra a corrupção, acabou sendo um episódio lamentável onde todo o preconceito latente ficou bem claro.
Presenciei o absurdo de um grupo de senhoras muito bem vestidas vindas da direção da Batel, mandarem uma senhora que é pedinte contumaz da Emiliano, portadora de necessidades especiais, a levantar a bunda da cadeira para tomar um banho e trabalhar ...
Não sei onde vai parar, gostaria que fosse por um Brasil melhor, governado para o bem de todo o povo e não por grandes corporações .... mas ...

É uma vergonha saber que somos formados também por uma população de humanos tão pequenos e mesquinhos, dormindo em edredons macios enquanto acreditam que os menos favorecidos devem se sentir satisfeitos com uma caixa de papelão e um chinelo de dedo sem meias no frio ....

Barbara Kirchner

A delação de Delcídio e a ovelha de Rodrigo Hilbert

André Castelo Branco Machado

Entre na política e faça diferente. É a única saída. Não adianta indignação seletiva, personificação do bem ou do mal e uma surpresa pueril sobre como as instituições funcionam. É assim e só vai mudar com nossa participação, através dos partidos políticos, da disputa institucional e da militância política.
Mesmo que a delação do Delcídio precise ser provada, e a palavra deste homem não tenha muito valor (opinião que sempre tive), acredito fundamental a reflexão da Professora do curso de Direito da UFPR, 
Eneida Desiree Salgado:

"A delação de Delcídio e a ovelha de Rodrigo Hilbert


As discussões da semana giram em torno de duas "revelações": a política brasileira se faz pelo tráfico de interesses nada republicanos e é preciso matar um animal para que a gente possa comer carne. Não são exatamente novidades, mas a maioria das pessoas preferia ignorar esses fatos, apesar de viver da política (de maneira direta ou indireta - como todos vivemos) e ser carnívoro. Tudo bem consumir os produtos, desde que não se saiba como eles são produzidos. Junte-se aí uma capacidade impressionante de negar fatos (de um lado e de outro e principalmente da imprensa), os admiradores do Rodrigo Hilbert e do PT ("tá, a gente sabia que algumas pessoas faziam assim, mas até ele?") e estamos diante de um público estupefato consigo mesmo. Espero que a "surpresa" passe e comece um debate sério sobre os temas: é possível fazer política de maneira diferente? é um problema de desenho institucional ou de mau-caratismo dos políticos que estão aí? a demonização da política e da classe política agrava ou resolve a questão? devemos esperar um animal morrer sozinho para só então comermos sua carne? O que não dá é apenas protestar em homenagem à pobre ovelha sacrificada em um programa de televisão e esquecer de todos os outros animais que são mortos todos os dias para nos alimentar. Ou achar que é só prender os "petralhas", tirar o PT do poder, e tudo vai melhorar. Não vai: vai continuar como antes, só que isso não estará sendo esfregado na nossa cara. Podemos voltar a ignorar os fatos ou virar vegetariano e entrar na política para fazer diferente. Para (re)fundar a República, apenas a segunda alternativa é válida".

As pessoas têm o direito de achar que o Lula é o pior dos bandidos. Mas não podem concluir que ele é bandido só porque acham isso dele.

Ele está sob investigação. Pode vir a ser réu ou não. Pode ser condenado ou não. Mas, na condição de investigado, ele não é culpado de nenhum crime e, logo, não está impedido de ser nomeado como Ministro da Dilma. Se é moralmente certo ou errado, fica a critério de cada um avaliar. Mas, ninguém é obrigado a avaliar o mesmo que você, sob a pena de ser considerado um conivente com o banditismo somente por pensar diferente. Calma lá.

Os áudios vazados ilegalmente pelo Moro para a Rede Globo também não atestam nenhum crime, mesmo que a emissora queira dar essa conotação.

Deste modo, qual é o problema de fundo?

Na realidade, algumas pessoas não toleram que o Lula assuma a Casa Civil por dois motivos:

Primeiro, porque não querem, desde o dia 27 de outubro de 2014, que a Dilma governe e encontre um caminho para seu governo (se o Lula será esse caminho ou não, é outra história). Ela é a presidente eleita, mesmo que a oposição não reconheça e já pedisse seu impeachment no segundo mês de governo. Ela tem a obrigação de apontar a solução para superar a crise econômica e política do Brasil. Não dá pra aceitar o "quanto pior, melhor". Se ela acha que o Lula é parte desta solução, tem legitimidade para fazer.

Segundo, porque querem que o Lula seja preso, independente de qualquer prova objetiva que o incrimine, pois já o condenaram previamente nas suas cabeças. "O Lula é um bandido" e pronto. Não tem nem conversa, não tem razão ou argumento. São justiceiros e tem a verdade absoluta, inquestionável. E sabem, com razão, que o Sergio Moro vai prender o Lula, mesmo que não tenha provas. O problema é que creem que isso é fazer justiça, afinal são convictos de que o Lula "é bandido".

Mas isso, sinto dizer, não é justiça. Mesmo que o Lula, ao aceitar ser Ministro, estivesse fugindo do Moro, como a oposição o acusa, as ações do juiz somente justificariam esse suposto temor do ex-presidente, já que ninguém quer ser vítima de uma injustiça.

Lembro que a investigação do Lula será conduzida pelo STF, que julgou e condenou o Dirceu e o Genoíno, do PT. Esse papo que ele vai livrar a cara é somente para agitar os ânimos das pessoas para paralisar o país.

O que talvez não ocorra, para o bem da democracia, é a parceria que o Moro estabeleceu com a Rede Globo e uma certeza de condenação prévia. Afinal, o que se espera no Estado democrático de direito é um julgamento justo, o amplo direito à defesa, do contraditório e, o mais importante, que ninguém seja previamente culpado. Isso serve para mim, para o meu melhor amigo e para o meu pior inimigo.

André Castelo Branco Machado

Diante da avalanche de informações (informações manipuladas com muita arte, diga-se de passagem) e quaisquer que sejam as consequências políticas (que certamente serão graves, ou gravíssimas), só me resta dizer o seguinte: embora não tenha vivido as maquinações contra Getúlio e contra Jango, duvido que tenham atingido o grau das que há mais de dez anos atingem o PT. E que hoje atingiram o auge, ou ainda não.

Que ingenuidade achar que podemos ter amigos a torto e a direito, à esquerda e à direita, que podemos contentar a todos! Que besteira! As feras mostram sua verdadeira face a cada dia, a cada minuto. A questão é saber se vamos ser ovelhinhas aguardando o momento do sacrifício , ou se vamos optar por ser feras ainda mais terríveis, prontas para defender cada centímetro de território.

Roberto Elias Salomão
Meus amigos, a situação ganha contornos preocupantes no país. Há depredação às organizações de trabalhadores e violência contra qualquer pessoa identificada com a esquerda nas ruas. Estão insuflando uma massa desorganizada e autoritária, que age com uma convicção absoluta de sua missão purificadora. E não estão limpando nada. Estão apenas criando as condições para a deposição da Dilma e a imposição de um governo reacionário da maioria corrupta desse congresso. Torna-se urgente que as pessoas de bom senso percebam as consequências desastrosas desse processo e saiam às ruas amanhã para defender a democracia.

André Castelo Branco Machado
Marcelo Semer: Presidente a Associação de Juristas pela Democracia, argumenta agora na USP.
O caminho para o Estado Policial está sendo cimentado. Prisões provisórias de pessoas pobres, jovens e negras das periferias são uma realidade. A Lava Jato, por sua vez, cria novas formas de prisão e de desrespeito à CF e quem imagina que a supressão de direitos para aí, não conhece a PF e o judiciário brasileiro. A espetacularização do processo judicial chegou às raias do insuportável. Hoje jornalistas do Brasil passaram o dia repercutindo conversas privadas obtidas ilegalmente.
Podemos até escolher entrar num Estado Policial, mas não podemos escolher quando sair dele. Devemos participar da resistência democrática. Quando um juiz ouve a voz das ruas, apenas ela, e silencia a Constituição, está criado o Estado Policial.Estado Policial é sempre seletivo; é rigoroso com alguns, enquanto outros se beneficiam dele.

Fonte : Valéria Arias


Não está morto quem peleja, afirma o ditado político Sulista. Lula ressurgiu no poder mais uma vez, depois dos adversários já terem comemorado a sua suposta prisão ilegal há alguns dias. A extrema-direita, nos editoriais jornalísticos conservadores e a ultra-esquerda, nas análises trotsquistas, erraram feio ao decretarem o fim precoce do Lulismo. Ainda não sabemos se este será um último capítulo, ou se será mais um de inúmeros volumes a serem escritos, na vida e trajetória deste polêmico gigante politico, sempre surpreendente. Lula com seus muitos apoiadores estão mais do que vivos nas lutas políticas e os seus detratores acuados sentiram o movimento. Fora da democracia e das instituições não há salvação. A indicação de Lula era a única alternativa legítima do Governo Dilma para superar as crises políticas e econômicas, com uma nova fase. Lula poderá ser melhor investigado pelas cortes superiores de justiça e não pela tendenciosidade, facciosismo e manipulação seletiva das rasteiras nas primeiras instâncias politizadas. O japa da PF, herói da direita, já caiu ontem no recurso condenado pelo STJ ! Viva a Democracia e o campo político tremeria de qualquer maneira, com ou sem Lula...

Sérgio Salomão Shecaria questiona super poderes POLÍTICOS de Sergio Moro, "ex-assessor de Rosa Weber, a quem parece controlar: como esse Senhor não conseguiu chegar a nenhuma conclusão no caso Bancop? Como age ao arrepio da lei? O judiciário está acovardado". Evento Juristas pela Legalidade e pela Democracia. Faculdade de Direito da USP. Largo de São Francisco.

Ricardo Costa de Oliveira
As instituições serão acionadas na forma da Lei 9.296, de 1996. Interceptação de comunicações telefônicas fora da lei é crime. Qualquer juiz agindo na ilegalidade, caso comprovado o vazamento para a Globo, deverá ser processado e afastado por justa causa. Será que o juiz quer tentar se tornar um Capriles ou Leopoldo Lopez brasileiro, o que parece ser o principal objetivo político do ativista militante, em sua tentativa de venezuelizar o processo político brasileiro com a ajuda da grande mídia. Acredito que o Conselho Nacional de Justiça, o Supremo Tribunal Federal e a Presidência da República debelarão o golpe jurídico-midiático. Vazamentos ilegais e completamente apócrifos não terão maiores fundamentos jurídicos, afora a mobilização de setores de extrema direita e sem nenhuma razão legal neste caso.
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Ricardo Costa de Oliveira


O Brasil é mesmo uma sociedade muito desigual e ainda dominada pelo seu passado lento. Os papeis políticos de substantivas partes do judiciário e da mídia ainda obedecem às vozes dos seus velhos donos. Neles os mesmos valores retrógrados de 1964 foram preservados. Eppur si muove ! Para não ficarmos pessimistas pensemos no que já mudou ? A universidade brasileira é uma instituição completamente diferente dos anos 60. Uma mudança quantitativa e principalmente qualitativa, tanto no social como nos conhecimentos. Ao contrário do sistema judicial, com suas mesmas reproduções, a universidade foi uma instituição com imensa renovação e democratização em todos os sentidos, ainda que muito tenha que ser feito para se criar uma nova inteligência nacional. A Universidade do Paraná é um exemplo. Uma das poucas universidades do mundo criada por um indvíiduo ainda possuidor de escravos nas suas origens, a Universidade se modernizou e avançou na ciência, tecnologia e alta cultura, apesar de alguns dos reitores. Hoje em dia é muito difícil encontrar algum professor doutor com parentes na mesma universidade nos anos 60 e muito mais difícil ainda encontrarmos universitários com o seu sobrenome na Genealogia Paranaense, por exemplo, nas raízes da velha ordem senhorial. Estes novos atores, mulheres, negros, pobres, hoje nas universidades, com ou sem cotas, farão as mudanças necessárias no Brasil do século XXI.



 Ricardo Costa de Oliveira

LULA!

Silva, você é apenas um Silva, não é um Neves, Alckimin ou Richa, não tem berço, não é de família politica tradicional Você não passa de um nordestino pobre que por sorte do destino chegou a presidente. Não importa, ter dado acesso aos negros e pobres ao curso superior se você não tem o seu diploma, e é uma pessoa inferior. Na ganancia do capitalismo ter tirado milhões da miséria, é uma afronta as pessoas de bem, de boas posses. Além disso, Silva ,você é feio, não tem pinta de galã e nem de intelectual.. Se fosse um Neves estaria no paraíso fiscal impune, se fosse um Alckmin poderia se fartar do desvio das verbas da merenda das crianças, e se fosse um Richa construiria um império com tijolos da desconstrução dos colégios do Estado. Você com sua mão aleijada de um dedo assinou leis de programas sociais para Silvas iguais a você. Mas você é uma aberração para a natureza politica. Silva você apenas um Silva.

Julio Damásio 

NEUTRALIDADE, O QUÊ?

Nem na ciência, muito menos na justiça, existe neutralidade; todos e tudo possuem seu lado.
Também não se defende o maniqueísmo, que é coisa de gente de mentalidade escrava (Nietzsche).

O que se afirma é a crítica ao senso comum, espezinhado pelo capital, que transforma em seu capacho e joguete.

Luiz Antonio Sypriano

A DEMOCRACIA DOS MOVIMENTOS

No sentido clássico, democracia quer dizer a participação cidadãos das coisas públicas.
Porém, em uma sociedade desigual e hegemônica de uma classe social que se mantém no poder econômico, será difícil, o senso republicano.
A classe que vive do capital, dificilmente irá socializar os meios de produção e, por conseguinte, a riqueza produzida.
O que faz, contudo, é tratar uma população como "boi de piranha", ou aqueles que carregam "o piano", para o seu bel prazer.

Então, o povo é prisioneiro de um en passant pela burguesia.

Luiz Antonio Sypriano

Hybris

Hybris (do grego ὕϐρις) é um conceito que pode ser traduzido como "tudo que passa da medida, descomedimento". Geralmente alude a uma confiança exagerada, um orgulho excessivo, presunção, arrogância ou insolência, que com frequência acaba em desgraça e opróbrio. Foi o que houve com Moro. Não teve o sangue frio necessário. A CIA errou de homem.

"Os deuses enlouquecem a quem querem destruir." Eurípedes

Otto Leopoldo Winck

ANÁLISE DA CONJUNTURA

A classe que vive do capital, que não detém o seu símbolo do poder político - que é o Estado -, que detém o privilégio da economia (os maiores lucros auferidos foram para os banqueiros, dos latifundiários e dos grandes empresários). Não é à toa que esta classe, hegemonicamente constituída, procurar tomar o Estado, custe o que custar. Para tanto, financia todos os eventos que lhe são favoráveis. Pois, os proprietários dos meios de produção, não vão se dispor a ficar de pé em manifestações.



 Luiz Antonio Sypriano

O NACIONALISMO DESSES MOVIMENTOS

Já se sabe que o capital não tem pátria nem mãe. Assim, esse movimento de cunho nacionalista nada mais são do que sustentáculo do capital, a nível internacional, que procuram defender o seu regime econômico.

Entretanto, a imbecilidade da população, não consegue visualizar a geopolítica do capital. Uma vez que este se esconde, manifestando-se apenas em sua moral, via população empobrecida.

Luiz Antonio Sypriano

1942: Genocídio dos judeus poloneses

INSTANTÂNEOS: NAZIFASCISMO E 2ª GUERRA MUNDIAL
1933:
 Brecht foge da Alemanha : Repressão ao Partido Comunista da Alemanha: Aprovação da Lei Plenipotenciária : UFA demite funcionários judeus: Grande queima de livros pelos nazistas: DVP e DNVP se dissolvem: Hitler controlava a imprensa falada: Alemanha deixa a Liga das Nações

1934:
 Hitler manda executar Ernst Röhm: Nazistas assassinam ditador da Áustria: Regime nazista intervém na Justiça 

1935: Nazistas retiram a cidadania alemã de escritores e oposicionistas

1936: Abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim: Constituição do Eixo Berlim-Roma: Thomas Mann é expatriado

1938: O pogrom da "Noite dos Cristais"

1939: Assinado o Pacto de Não-Agressão: Eslováquia torna-se independente: Alemanha invade a Polônia9: Programa nazista de extermínio: Soviéticos invadem a Polônia: Primeiro atentado contra Hitler

1940: Alemanha inicia ofensiva ocidental: Armistício de Compiègne: Estreia do filme "O judeu Süss": Crianças alemãs refugiam-se dos bombardeios

1941: Selada aliança entre Londres e Moscou : EUA decidem construir a bomba atômica : Aberto o campo de concentração de Theresienstadt

 1942: A Conferência de Wannsee: Genocídio dos judeus poloneses: Judeus proibidos de ter animais domésticos: Ofensiva dos Aliados em El Alamein: Anne Frank inicia seu diário : Batalha de Tobruk: Panfletos da resistência antinazista "Rosa Branca": Pedagogo Janusz Korczak é deportado para Treblinka: Fracassa primeiro desembarque na Normandia: Tropas alemãs invadem o sul da França

1943: Goebbels declara guerra total

No dia 17 de março de 1942, começou a Operação Reinhard, que levou ao assassinato de mais de 2 milhões de judeus.

Deportação de judeus do Gueto de Varsóvia

O projeto de genocídio foi comandado pelo líder da SS e chefe da polícia de Liubliana, Odilo Globocnik. Tanto ele como o seu grande número de colaboradores eram austríacos. Nos três grandes centros de aniquilamento com câmaras de gás (Belzec, Sobibor e Treblinka), foram executados mais de 1,5 milhão de judeus e 50 mil ciganos entre março de 1942 e novembro de 1943. Ao todo, a operação levou à morte de mais de 2 milhões de judeus.

Os preparativos para a operação já haviam começado no final do ano de 1941, mas somente em meados de 1942 ela recebeu o nome de Reinhard Heydrich, que morreu num atentado em junho deste ano. Seu objetivo: o genocídio sistemático dos judeus poloneses e o confisco de seus bens.

Construção de campos de extermínio

O general Himmler havia encarregado Globocnik e outros cem homens de implementarem a operação (o grupo já havia participado das mortes por eutanásia na Alemanha nazista). No âmbito da operação, foram construídos três campos de extermínio: Belzec, Sobibor e Treblinka. A cada dia, os campos de extermínio recebiam um trem com 60 vagões lotados de passageiros destinados às câmaras de gás.

Os alemães abusavam da brutalidade: idosos, doentes e crianças geralmente já eram executados a tiros diretamente nos guetos. Os judeus iam direto para as câmaras da morte. Os três campos usavam monóxido de carbono, que matava em 20 minutos. Da chegada do trem até a completa remoção dos cadáveres, demorava de 60 a 90 minutos.

Os corpos eram depositados em enormes valas. Somente um ano depois, quando começaram a ser removidos os vestígios dos assassinatos, é que os cadáveres foram exumados e queimados. A Operação Reinhard foi encerrada em novembro de 1943, com um saldo de mais de 2 milhões de judeus mortos.

Autoria Rachel Gessat (rw)

Link permanente http://dw.com/p/1Hae