Seu rosto revela o mapa de outros dias,
Quando a beleza vivia e fenecia como as flores,
Antes que nascessem esses malignos e belos sinais,
Ou que ousassem vir cobrir-te a fronte;
Antes dos dourados cachos dos finados,
O direito dos sepulcros fossem cortados
Para viver outra vida em outra cabeça,
Os cachos mortos da beleza a adornar outro.
Nele as sagradas e antigas horas se veem
Sem nenhum ornamento, a face despida e verdadeira,
Sem reviver com o verdor de outro verão,
Sem roubar um velho adorno para usá-lo como novo;
E ele como um mapa a natureza guarda,
Para mostrar com falsa Arte como a beleza fora um dia.
- Da
série 154 sonetos de William Shakespeare
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