domingo, 21 de junho de 2015


8 – é noite na cidade

noite
a cidade adormeceu
a pesada mão do silêncio amordaçou as casas, e as almas
a noite extrema, o silencio reina
o vento varre os vestígios da presença humana
pelos becos, vielas, na boca dos nauseabundos
a noite vai, vadia, cambaleante, ziguezagueante
no céu a lua sorri, matreira,
conhece os segredos da noite
os segredos dos notívagos,
a confissão dos embriagados
as vontades incógnitas
alguns vigiam a madrugada, desafiam,
parceiros da boemia, cantadores de poesias,
percorrendo a escuridão,
cantando o amor e a solidão
deixam seu rastros de cantos e encantos
parceiros da noite
passarela dos líricos
devaneios dos apaixonados
alamedas dos boêmios
noites de conhaques, vinhos, cachaças
licores, amores, odores,
onde desfilam os profetas delirantes, 
noite extrema, o silencio reina
o vento do amanhecer traz a algazarra,
a noite vadia se esvai
dia extremo.

(helder molina)

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