Divaga em meio à noite um anjo desconhecido
Como um vento no litoral, sem rumo certo
Que afaga com seu carinho quente e amigo
O sono dos que dormem, sempre por perto
Nas curvas da vida, avalanches e temporais
Sofrendo, ele arranca os espinhos dos caminhos
E seus olhos vão pousando sobre os mortais
Que se entregam à fé nos dons divinos
Se por vezes neste mundo deixam cair
Pungentes e cortantes lágrimas ácidas
O anjo trata de as enxugar e, de fininho, sair
Constrói auras de douta proteção
Enche-as com a energia do coração
Faz as vidas repousarem, plácidas
Tania Montandon
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