terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Apreensões (1860)

Quando as nuvens flutuando sobre recuados montes

Tempestuosas ondulam no tardio Outono sombrio,

E o horror invade o ensopado vale,

E o pináculo cai estrondoso na cidade,

Medito nas dores do meu país -

A tempestade irrompendo da vastidão do Tempo

Na mais bela esperança do mundo ao mais ignóbil crime do homem

(unida.



O lado obscuro da Natureza agora atento -

(Ah, exclamação optimista de desencanto plena) -

Uma criança pode ler o taciturno cume

D´aquela solitária e negra montanha.

Com brados as correntes descem os desfiladeiros,

E tempestades formam-se sob a tempestade por nós sentida:

A cicuta agita-se na viga, o carvalho na quilha.



Herman Melville

in Poemas

Assírio & Alvim, 2009

Tradução de Mário Avelar

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