terça-feira, 22 de outubro de 2019


Sobrenomes e linhagens se repetem sistematicamente no sistema judicial. O judiciário é uma casta de longa duração. Mesmo depois de 30 anos pesquisando a genealogia do poder em Curitiba, sempre nos surpreendemos com a mesma trajetória de privilégios em sua reprodução social e política de longa duração dentro do Estado. Na pesquisa de Willian Carneiro Bianeck sobre os desembargadores do quinto, bem defendida ontem, surgiram novas questões de pesquisa. Um nome conhecido nos chamou a atenção, a desembargadora Regina Helena Afonso de Oliveira Portes, decana do Tribunal de Justiça do Paraná. Encontramos a conexão dela com o desembargador Joaquim Antonio de Oliveira Portes, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná entre 1903 e 1920 ! A conexão é pelo marido de Regina Helena, o já falecido advogado Joaquim Antonio Guimarães de Oliveira Portes. Este ocupou muitos cargos comissionados e influentes posições em vários governos, inclusive na Copel. Foi presidente da Federação Paranaense e Catarinense de Golfe. Uma vida social nas altas esferas. Estava na turma de jovens "bem-nascidos" no CPOR, junto com Roberto Requião de Mello e Silva, quando pintaram o cavalo do comandante na cor de rosa. Era filho do médico Licio de Oliveira Portes e de Gisela Stenghel Guimarães (Genealogia Paranaense III, 186), ela sobrinha do senador Manoel Alencar Guimarães, bisneta do Visconde de Nacar e do senador José Martiniano de Alencar. O desembargador Joaquim de Oliveira Portes era casado com Ambrosina Machado (Genealogia Paranaense IV, 146), ela filha de Francisco Machado da Luz e de Januária Gomes da Luz, esta filha de Crispim Gomes de Oliveira e de Carolina Rosa Tovar e Albuquerque, por esta filha de João Vieira Tovar e Albuquerque, governante da Capitania de Santa Catarina entre 1817-1821 e ele filho do Capitão Salvador Gomes de Oliveira, presidente da Câmara de São Francisco do Sul na década de 1820, fazendeiro escravista na região, meu tetravô Oliveira em linha masculina ! Somos parentes distantes ! Todas as velhas famílias são aparentadas entre si. O Sul do Brasil forma uma grande família histórica.


RCO

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