segunda-feira, 28 de outubro de 2019


"É aqui que entra a actividade «crítica» da filosofia. A filosofia recusa-se a aceitar qualquer crença que as provas experimentais e o raciocínio não mostrem que é verdadeira. Uma crença que não possa ser estabelecida por este meio não é digna da nossa fidelidade intelectual e é habitualmente um guia incerto da acção. A filosofia dedica-se, portanto, ao exame minucioso das crenças que aceitámos acriticamente de várias autoridades. Temos de nos libertar dos preconceitos e emoções que muitas vezes obscurecem as nossas crenças. A filosofia não permitirá que crença alguma passe a inspecção só porque tem sido venerada pela tradição ou porque as pessoas acham que é emocionalmente compensador aceitar essa crença. A filosofia não aceitará uma crença só porque se pensa que é «simples senso comum» ou porque foi proclamada por homens sábios. A filosofia tenta nada tomar como «garantido» e nada aceitar «por fé». Dedica-se à investigação persistente e de espírito aberto, para descobrir se as nossas crenças são justificadas, e até que ponto o são. Deste modo, a filosofia impede-nos de nos afundarmos na complacência mental e no dogmatismo em que todos os seres humanos têm tendência para cair."


- Jerome Stolnitz

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