sábado, 1 de julho de 2017

Mais uma vez me sinto dividido em como analisar os diferentes movimentos da conjuntura. De um lado, a decisão do Marco Aurélio Melo é tecnicamente correta. A constituição não fala em suspensão de mandato e dar a um ministro do STF a prerrogativa de suspender liminarmente um mandato de senador é um equívoco. Lembro que a deterioração da conjuntura política começou quando o ministro Teori fez o mesmo em relação ao senador Delcídio do Amaral, Ali como agora, houve uma armação do Janot que queria radicalizar a conjuntura. Nunca ficou provado que aquela conversa com o filho do Cerveró foi mais do que uma bravata. Nunca se investigou se havia um plano de fuga em elaboração. Prendeu-se um banqueiro e quase se destruiu um Banco com base na conversa de uma terceira pessoa sobre o banqueiro e nenhuma prova direta coletada. Continuo achando que o Janot é um dos grandes inimigos da divisão e equilíbrio entre os poderes e da estabilização política no Brasil hoje.
Dito tudo isso vale lembrar que os crimes que o Aécio cometeu tem provas assim como os do Temer, ao passo que Sérgio Moro continua condenando a partir do novo código penal que ele instituiu m Curitiba. Neste sentido, foi importante o revés que ele sofreu esta semana no TRF da quarta região. A saída da conjuntura está na volta do garantismo e das regras do código penal.

Leonardo Avritzer

Nenhum comentário: