quinta-feira, 2 de março de 2017

engolir - se, como comer fogo para disseminar devastações espirituais tem sido comum ao meu testemunho. tenho visto gigantes do sentir quebrando suas raízes sem que ninguém o saiba e mantendo o sorriso que é um muro com peixes dentro e sereias glutonas de sentido e meninos querendo fugir pra condição de pássaro. se contasse o que tenho visto pela fresta das abominações de encanto humano, qualquer um diria que fundi a cuca. queria ser porto para tanto balanço, sintonia de algo mais acolhedor. mas vejo tormenta, essa é a tela incurável pregada nas minhas pálpebras, esse é o ritmo ensurdecedor, mãe de um novo escutar
Não conhecemos a nossa própria alma e muito menos a dos outros. (...) Há, em cada um de nós, uma floresta virgem, emaranhada, inexplorada; um campo nevado onde não se veem nem pegadas de pássaros.
(...)
Eles marcham para a batalha. Nós flutuamos com os gravetos na corrente; nos confundimos com as folhas mortas na clareira entre as árvores, irresponsáveis e desinteressados e aptos, talvez, pela primeira vez em anos, para olhar em volta, olhar para cima _ olhar, por exemplo, para o céu.

Virginia Broken Wings Woolf

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