"Foi da Ana Júlia a melhor e mais
verdadeira manifestação pública capaz, efetivamente, de expressar os sentidos
reais das ocupações. É válido e respeitável o entendimento que as ocupações -
uma atitude radical ante um dilema igualmente radical - não seja a melhor forma
de luta. É compreensível, também, que a maioria dos docentes, das comunidades
escolares e, até mesmo, do estudantado esteja mais preocupada/o com os dias de
reposição, as festas de formatura, os trabalhos finais, a "baderna"
que julgam ser o movimento social, PORÉM, acreditem amig@s: em cada ocupa deste
país há estudantes que poderiam ser a Ana Júlia, que falam como ela, que
comungam de sua força e de suas ideias; que sabem, como ela, o que é ser
criminalizado por lutar por um ideal coletivo; que, mesmo com tudo contra, não
abdicam de momentos de alegria. Esperança, utopia, destemor, verdade... nossos
estudantes que passaram e/ou passam pela experiência de conviver numa ocupação
aprenderam vivencialmente, na pele e no espírito, a identificar as contradições
sociais e tomaram para si uma responsabilidade que deveria ser de tod@s. Um
outro mundo é possível. Lutemos então, inspirados na força de tantos homens e
mulheres que fizeram de suas vidas uma constante missão de solidariedade e
busca pela justiça. Nas palavras inspiradoras de Olga Benário, lutemos
"pelo bem. pelo bom, pelo justo (...) pelo melhor do mundo". Brava
Ana Júlia, bravos/as estudantes do Brasil. Vocês nos dão uma lição essencial: a
humanidade ainda tem algum fôlego para construir um futuro viável, um mundo em
que tod@s e cada um/a tenha direito ao discernimento e à felicidade."
Valéria Arias
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