sábado, 17 de setembro de 2016

Stasis. Homo sacer II, 2

"... povo é um conceito contraditório e fantasmático. O povo, que só pode ser representado, desaparece no seu representante – o qual é, por sua vez, o fruto do engano visual que compõe muitos seres em um só. Portanto, a multitudo dissoluta, única presença na cidade, se dá por conta da constituição do soberano. Mas ela é também o sujeito da guerra civil (Behemoth) que permanece assim inseparável do Leviatã como uma projeção do estado de natureza, da luta de todos contra todos, no coração da civitas. Behemoth e Leviatã convivem e, seja segundo a tradição (na origem talmúdica), seja segundo a lógica rigorosa (isto é, profética) de Hobbes, acabarão por matar um ao outro. Somente então, com o desaparecimento do estado profano, poderá afirmar-se, entre os homens, o Reino de Deus: a ficção da representação será apagada e a multidão restituída a si mesma."

Resenha de "Stasis. Homo sacer II, 2" feita por Andrea Cavalletti (traduzida no Flanagens):

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