domingo, 4 de setembro de 2016

Roberto Elias Salomão

Para os que, como eu, já estão há várias décadas na estrada, o golpe de Temer e companhia (e bota companhia nisso) não é uma absoluta novidade. Não vivi exatamente o golpe de 64 (tinha pouco mais de dez anos), mas convivi diariamente com o terror militar, e tentei entender o que se passava, no que fui ajudado enormemente por ter aderido a uma organização trotsquista. E vejo que os golpistas de hoje guardam uma impressionante similaridade com os de ontem. Menos num aspecto: parafraseando alguém mais inteligente do que eu, o valor dos golpistas de hoje está muito abaixo de suas más intenções.
Aécio é Carlos Lacerda. Tramou o golpe desde a derrota de 2014. Porém, cessam aí as semelhanças. Que fatuidade, que despreparo! Ah, sim, há outra semelhança: tal como Lacerda, Aécio vai ficar de fora dos despojos.
Cássio Cunha Lima, Ronaldo Caiado, Aluísio Nunes e Maria Amélia, entre outros, são a “banda de música” da UDN. Bem fraquinhos.
Lewandowski (me desculpem os que ainda tinham ilusões neste fulano) entra na história representando o judiciário. Há que se fazer justiça: desta vez, os juízes tiveram um papel de protagonistas.

E Temer? Temer não é nada. Por mais que me esforce, não consigo encontrar um paralelo. O usurpador entrou na História pela porta dos fundos e, quando sair, será pela mesma passagem.

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