domingo, 26 de junho de 2016

Os Estados Unidos são o país das liberdades civis? Não exatamente. Após o genocídio da população indígena, o extermínio dos búfalos e a anexação de territórios mexicanos e centro-americanos, que fazem parte da história da fundação do estado norte-americano, a população negra foi submetida a um regime escravocrata que durou até meados do século XIX e, em seguida, a um sistema de apartheid em vigor até a década de 1960: negros e brancos sentavam-se em lados diferentes nos ônibus, usavam banheiros diferentes e não tinham igualdade de condições para o acesso ao estudo, nem os mesmos direitos políticos e trabalhistas que os brancos. Eram comuns, até há poucas décadas, os crimes racistas nos estados do Sul e ainda ocorrem nos dias de hoje, na forma da violência policial ou como o recente atentado em uma igreja que matou nove negros. As mulheres, assim como os negros, não recebiam salário igual ao dos homens brancos e não podiam votar até a década de 1920. Hoje, os Estados Unidos têm políticas de inclusão social, ao mesmo tempo que mantém a maior população carcerária do mundo, com 2,3 milhões de presos, em sua maioria negros, hispânicos, pobres, e continuam desrespeitando os direitos humanos em Guantánamo, no Iraque, na Síria, no Paquistão, no Afeganistão, na Palestina e em diversos outros países e territórios no mundo -- apenas a agressão contra o Iraque matou cerca de um milhão de pessoas. Não: os Estados Unidos NÃO SÃO o país das liberdades civis.

Claudio Daniel

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