sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


Os negros só entraram na universidade pela primeira vez, nos estados do sul dos Estados Unidos, em 1958, sob proteção policial, para não serem linchados pelos estudantes brancos -- há fotos e filmes que registram esse fato. Até meados da década de 1960, usavam banheiros separados dos brancos e sentavam em lados diferentes no ônibus. Leis contra casamento e sexo interraciais estiveram em vigor nos EUA a partir do século XVII até 1967. O direito de voto para os negros só foi consolidado em 1965. Os negros recebiam salários menores que os trabalhadores brancos e não tinham os mesmos direitos políticos e sociais. No Brasil, a escravidão terminou há pouco mais de cem anos (embora ainda haja trabalho escravo em fazendas como as de Ronaldo Caiado) e os negros não receberam nenhuma reparação por séculos de cativeiro, tortura, trabalho não-remunerado, abuso sexual e exclusão social. Antes da política de cotas, os negros estavam praticamente excluídos da universidade e dos melhores postos de trabalho -- pouco mais de cem anos não foi tempo suficiente para que eles conseguissem a igualdade de direitos em relação aos brancos. Os afrodescendentes são a maioria da população brasileira e garantir o seu pleno direito de cidadania significa JUSTIÇA. Não exclui ninguém, nem brancos, nem índios, nem orientais, apenas democratiza a sociedade brasileira.

Claudio Daniel

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