sábado, 30 de janeiro de 2016

 ( de Francisco Costa);


Preocupados com o “triplex do Lula,” comprado em prestações (depois Lula desistiu, quando a cooperativa não teve como continuar com as obras, e foi ressarcido, conforme consta nas suas declarações do imposto de renda) e avaliado em 1,8 milhão, não comentam sobre o de Joaquim Barbosa, comprado a vista e avaliado em 4,2 milhões, duas vezes e meia o valor do “triplex do Lula”, ou o de Fernando Henrique Cardoso, também comprado a vista e avaliado em 44,2 milhões, vinte e quatro vezes e meia mais caro que o “triplex do Lula”.
Mas voltando ao “sítio do Lula” e comparando-o à fazenda de FHC: o sítio do Lula tem 17 hectares, a fazenda de FHC, 1 046 hectares, é quase sessenta e duas vezes maior; o “sítio do Lula” nunca esteve ou está no nome dele, a fazenda de FHC esteve no nome dele, em sociedade com o nome de Sérgio Mota, que venderam para o empresário Luiz Carlos Figueiredo; Lula está sendo acusado de ter sido beneficiário de obras feitas pela Odebrecht-OAS, sem que nada tenha sido apurado até agora, a empreiteira Camargo Correa construiu, GRACIOSAMENTE, um aeroporto, na fazenda de FHC, conforme assumido pela própria empreiteira, aeroporto esse que tem uma pista de 1 300 metros, do tamanho da pista do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e que serve à ponte aérea Rio-São Paulo, sendo capaz de receber boeings de grande porte; “coincidentemente”, a Camargo Correa venceu praticamente todas as licitações, para obras públicas, em Brasília e outros locais, nos governos FHC.
Na lata, na tampa, na mosca, este texto de Malu Aires. (Não consigo marcar, sigam essa garota, crianças, ela escreve muito bem!)
O que a gente tá assistindo, estes últimos instantes de agonia dessa imprensa ridícula, tá me revoltando um tanto que vocês nem imaginam como anda esse meu pobre coração.
O barco do Lula, uma embarcação pra pescar tilápia no lago, de alumínio (imagina encostar naquilo depois de exposto no sol quente), ser motivo pra essa insanidade vendida em primeira página...
A gente sabe que pra estes 1%, o melhor seria que Lula tivesse morrido daquele câncer na garganta. Proibido até de proferir suas últimas palavras, antes de morto... É tanto ódio que chega a ser crime.
Dona Marisa, Primeira-Dama, no dia da posse, estes mesmos canalhas lançavam manchetes ridicularizando sua simplicidade. Criticando até o fato dela ter usado um cabeleireiro pra ocasião. Seus filhos não podem trabalhar. Fossem traficantes, seriam glamourizados. Nem seus netos são respeitados pelos abutres.
Onde estão os donos e herdeiros da grande mídia, hoje? Seus simples empregados, vendedores de preconceitos e vilanias mil? Em espaçosas coberturas de frente pra cartões-postais. Em iates que consomem milhares de reais em diesel para pequenos passeios em Angra. Em casas cinematográficas irregularmente construídas no meio de reservas ambientais. Cercados de seguranças armados que transformam qualquer espaço público em privado.
Os que atacam Lula hoje e sempre, são os mesmos personagens que enriqueceram com a miséria do nosso povo. Que se fartaram de tudo o que o Brasil produzia, em troca do abandono do nosso povo, do analfabetismo do nosso povo, da pobreza extrema do nosso povo. São os que recebiam prêmios no exterior por reportagens da miséria, da fome, do descaso, da morte. São os que se entopem de cocaína pra fazerem cobertura de troca de tiros entre traficantes e a polícia. São os que contratam pedófilos pras suas emissoras. Os que dão prêmios às propagandas mais machistas. Os que produzem programas racistas. Novelas autodepreciativas. São os promotores do nosso atraso, da nossa esculhambação, de todos os preconceitos na nossa sociedade e são os porta-vozes do escárnio ao Brasil.
Lula não presta como todos nós, povo brasileiro, também não prestamos pra eles. Lula não pode ter apartamento numa praia poluída de SP, assim como os negros não podem frequentar universidades, assim como mulheres não podem ser empoderadas a quilômetros do fogão. Lula não pode ter um barco, nem a remo, assim como os pobres não podem ter carros. Assim como os índios não podem ter terra e água pra pescar e plantar mandioca, assim como, aos camponeses e seus filhos, só o tiro certeiro que os espere desprevenidos. Lula não pode dar palestras, assim como gays e lésbicas não podem exigir respeito, segurança e direito à vida. Lula não pode viajar pelo mundo e receber prêmios pelo combate à fome, assim como crianças pobres não podem ter comida na mesa, assim como pobres não podem andar de avião. Lula não pode ser visto ao lado de gente rica ou que tenha um sítio em Atibaia, assim como os meninos da periferia não podem ir ao shopping ou praia da Zona Sul.

A perseguição ao Lula simboliza a perseguição ao povo brasileiro e suas famílias que hoje podem exercer as mesmas conquistas de diploma, casa própria, carro do ano e viagens pra fora do país. A banalização de privilégios, responsáveis pelo abismo social que fazia de nós 3º mundo no século XVIII, interrompeu os planos da elite que queria deixar o Brasil entrar no século XX, só daqui 500 anos. 

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