sábado, 14 de novembro de 2015

Power in the Age of Oi


"O primeiro passo para combater o terrorismo é não aceitar pensar o mundo a partir das suas categorias, isto é, não ver o mundo de uma maneira maniqueísta, simplória e racista. É exatamente o que os terroristas do Estado Islâmico querem: que se compre a narrativa do "Nós contra eles", do "choque das civilizações". É importante lembrar que as maiores vítimas dos fascistas do EI são muçulmanos, sobretudo os xiitas, que lutam contra o EI na Síria e no Iraque. Apesar dos membros do EI serem sunitas, há também sunitas, como os curdos, que lutam contra o EI. Toda tentativa de homogeneizar ou generalizar juízos acerca de um grupo humano tão vasto e plural é um ato de ignorância.
Também deveríamos estar discutindo o que torna o terrorismo materialmente possível. Eis aí um segredo de polichinelo: há muita grana de doadores da Arábia Saudita, Qatar, Iêmen - os chamados países do Golfo - financiando atividades terroristas ( http://goo.gl/RYAaoJ ). Há fortes indícios que o dinheiro saudita esteja ajudando o EI ( http://goo.gl/eYKMF3 ). A Arábia Saudita é o país que mais promove uma versão extremista do islamismo (a vertente wahhabita), e só consegue ter sucesso nessa empreitada pois tem muitos petrodólares. E aí se chega ao centro da questão: o terrorismo wahhabita é indissociável da indústria de petróleo, pilar do capitalismo mundial (uma das fontes de renda do EI é a venda de petróleo no mercado negro turco). Talvez esse seja mais um bom motivo para gente depender cada vez menos de combustíveis fósseis.
Para quem estiver interessado na relação entre as "democracias ocidentais" e as ditaduras do petróleo no Oriente Médio, recomendo o livro do cientista político Thimothy Mitchell, "Carbon Democracy: Political 

Power in the Age of Oil" PDF aqui: https://goo.gl/TsUryx"
https://www.youtube.com/watch?v=0dxdCuVL6Oo

fonte :Cesar Melo

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