sábado, 12 de setembro de 2015

Cálculo político

Sérgio Braga:Alguém poderia me informar que tipo de cálculo político maquiavélico estaria por trás da nomeação de Kátia Abreu para a chefia da casa civil? Ou será só um balão de ensaio para nomear outro menos ruim para o lugar do Mercadante?


Stéphane Monclaire :Os erros de cálculo da parte dos principais atores políticos é um sintona da existência de uma forte crise política. Pois quanto mais aumenta a fuidez da situação e a perca de recursos políticos, mais diminui a visibilidade a curto e médio prazo. O que complica os cálculos e a definição da estratégia dos atores.

Sérgio Braga :Se for verdadeira a notícia e não apenas "intriga da oposição" acho que é isso mesmo, prof. Stéphane Monclaire. O que revelaria uma completa desorientação política do governo e aumentaria a probabilidade do impeachment, e não o contrário a meu ver.


Dimas Soares Ferreira :Prof. Sérgio Braga, nós que estamos na base, longe das cúpulas dirigentes, pouco sabemos o que se passa nas hostes do governo, principalmente o que se passa no interior dos palácios e gabinetes ministeriais. Aliás, há um claro distanciamento entre o Partido e o governo Dilma. As teses de radicalização à esquerda e de a crítica ao tal ajuste fiscal mal mal está presente nos cadernos de teses do último Congresso. Os diretórios municipais estão mergulhados em disputas internas já visando-se as eleições municipais do ano que vem e a companheirada parece ainda não ter se dado conta dos impactos desastrosos dessa conjuntura extremamente desfavorável que poderão recair sobre a disputa eleitoral que se avizinha. Além disso, aqui em Minas o Partido foi tomado por um bando de gente que só se interessa mesmo pela disputa por cargos e nomeações no governo. O debate é cada vez menos qualificado. Nós sobreviventes dos tempos em que o partido era referência de oposição ao projeto neoliberal somos cada vez mais sufocados por essa gente que faz qualquer coisa pelo poder, até mesmo se juntar a velhos inimigos e adversários.


Wilson Roberto Nogueira :Tentar chamar ou cooptar o agronegócio para o governo com vistas a não ser derrotado no Centro- Oeste e sul,tanto nas eleições municipais quanto na aprovação de emendas por parte da bancada ruralista (alguns já em partidos da base -infiel- do governo) nas casas parlamentares .Uma guinada sim, a direita , mas procurando se adaptar ao novo quadro reacionário que se apresenta para manter-se até o fim do mandato.A perda das bases  sociais coma administração optando por lotear   poder a adversários ideológicos , se submetendo a novas agendas exógenas , por força da tempestade de crises oportunamente majorada pelo sistema financeiro e suas agencias de extorsão (S&P,et caterva ), as corporações de mídia e seus interesses empresariais rentistas. O governo hipotecou o galinheiro  a voracidade de lobos e chacais atingindo não somente a administração , os interesses nacionais e do povo trabalhador mas  embrulhando as conquistas da esquerda em chumbo e jogando as no Tietê .Bom , elas flutuaram , espero. No mais sei que devo estar errado na minha análise .

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