terça-feira, 15 de abril de 2014

Estética da Desaparição

de Paul Virilio:


“'Quando funciona, está obsoleto!' É esse o paradoxo do Ocidente, insuficientemente questionado e convertido no lema de Lorde Mountbatten durante a última guerra, quando ele dirigia a pesquisa britânica em matéria de armamentos. Trata-se aqui da concorrência, da competição entre as diversas máquinas de guerra fabricadas por nações inimigas. Quando uma máquina funciona, logo deixa de ser uma 'surpresa' para o adversário e, com isso, perde sua eficácia, isto é, sua qualidade dominante de acidente. Mas, como sempre, no domínio técnico, a guerra é o melhor modelo. A máquina, por ter sido trazida ao mundo, já não faz parte da ausência; funciona e, no instante em que funciona, deixa de fazer parte daquilo que virá. Fica ultrapassada. Daí a necessidade do recorde de velocidade; esse recorde aproximará a máquina técnica de um sem-fim imaginário, visto que ninguém conhece os limites das altas velocidades."

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