sábado, 6 de outubro de 2012

EM VENEZA




Silente no quarto noturno
Tremula em prata o candelabro
Ante o sopro canoro
Do solitário;
Rosa enfeitiçante nuvem.

Negra névoa de moscas
Escurece o espaço pétreo
E enrija-se da tortura
Do dourado dia a fronte
Do expatriado.

Inerte anoitece o mar.
Estrela e negra viagem
Esvaneceram no canal.
Criança, teu sorriso doentio
Seguiu-me suave ao sono.

(Poema de Trakl traduzido por André Vallias)

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