sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

“Quantas vezes


esfregou

os dedos nas unhas

o sol caindo atrás

das paredes

quantas vezes revezou-se

consigo mesmo em silêncio

quantas vezes esteve

no justo oriente de qualquer limo

quantas vezes quis

ser Rimbaud e traficou

aspirina

os dias passaram, severos,

como o vazio

hoje?, ontem?, quantas vezes

as grimpas não giraram

o amor era das palavras, entre elas

fria estrela que irrompe

(Canção 4. De Remorso do Cosmos, 2003)

ATÉ AGORA

Autor: Régis Bonvicino. Editora: Imprensa Oficial

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