"Até anteontem eu tinha sido poupado do conhecimento da
existência de Italo Marsili. É um psiquiatra que ganhou certa notoriedade nos
círculos da extrema-direita mais desvairada, em particular no olavocatolicismo.
Num episódio que causou reboliço, mas que tinha passado batido para mim, ele se
gabou que tinha "curado" um pedófilo mandando-o procurar prostitutas
com aspecto infantil.
Acho que isso basta para ver a laia do sujeito.
Agora, ele, que se autointitula "o médico mais famoso
do Brasil", o que por si só já indica um distúrbio de autoimagem meio
sério, está em campanha para ser o novo ministro da Saúde. Alardeia sua
lealdade canina a Bolsonaro como principal atributo. É uma palhaçada, claro -
nem Bolsonaro terá coragem de colocar um clone de Weintraub no Ministério da
Saúde em meio à pandemia. Mas ganhou reforço de olavetes, imagino que também de
alguns robôs, e chegou aos trending topics do Twitter.
Supus que ele tinha um currículo pífio, como é a regra com
esse pessoal. Mas não. Tá lá no Lattes: ele não apenas assistiu a várias palestras
como morou com Olavo na Virgínia. Morou! Sob o mesmo teto!
Eu entendo a lógica: co-habitação = osmose. Só não sei como
isso o credencia para ministro da Saúde. Se ele estivesse buscando um cargo nas
áreas de astrologia, picaretagem ou mau-caratismo, aí sim."
Luis Felipe Miguel
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