terça-feira, 9 de abril de 2019

DESOBJETO OU A ANTIMATÉRIA





No meio do quintal acima do varal tinha um belo pente,
O pente no quintal se esforçava para não ser belo pehte.
Estava próximo de ser apenas folha dentada for formigas.
Junto com caramujos, todos oa sapos e as suas queridas.
Bactérias e o tempo roeram sua vísceras e esse estrupício.
Mas quem pode afirmar que o pente é um organismo vivo?

Faltrava ao pente coluna vertebral, costelas e uma medula.
Não se poderia dizer que o objeto era um pente ou medusa.
Grampos deram local a cachos de cores meio vede musgo.
Cães e moribundos aproveitavam e mijavam no lusco fusco.
Parecia que o pente perdera sua personalidade e desobjeto.
Nem as carolas sentiam falta de um calafrio, tesão ou afeto.

O poeta destro deparou com a cena e viu o estágio terminal.
O pente nem se quisesse poderia passar como objeto tal.
Já estava incorporado ao universo como partícula, átomo.
Ou então dizem os poetas rio, osso, montanhas, ou lagarto.


Eduardo Ribeiro Toledo             

 20 de agosto de 2011 16:20

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