terça-feira, 31 de julho de 2018


A ignorância, a parvoíce, a falta de cultura de um Jair Bolsonaro, características de iletrados convictos, autoritários, apoiadores de torturadores e fascistas, devem ser explicadas sociologicamente. As origens sociais estão nas regiões de emigração da Itália, bases políticas do fascismo do pré-guerra, reforçadas no interior de São Paulo, em áreas pobres como Eldorado-Xiririca  e pouco elaboradas nas escolas e academias militares, todos locais sem o desenvolvimento e aperfeiçoamento das dimensões elevadas do espírito humano por conteúdos humanísticos, científicos, artísticos e culturais superiores. Bolsonaro é mais uma das lucrativas famílias políticas formadas pelo nepotismo estrutural do nosso sistema político. Autores italianos investigaram este fenômeno nas origens do fascismo: ["Durante o ano de 1921 e os primeiros meses de 1922, Gramsci manteve-se empenhado em produzir uma caracterização teórica e política do fascismo, definindo-o, afinal, como um movimento reacionário com forte enraizamento nos segmentos subalternos da sociedade italiana. Como se lê em um de seus artigos no L’Ordine Nuovo, de abril de 1921, o fascismo era um movimento político aderido aos costumes e identificado “com a psicologia bárbara e antissocial de alguns estratos do povo italiano ainda não modificados por uma nova tradição, pela escola [...]; basta recordar que a Itália tinha o primado em homicídios e assassinatos; que as mães educavam os filhos pequenos dando-lhes tamancadas na cabeça; [...] que em algumas regiões da Itália parecia natural [...] colocar uma focinheira nos vindimadores para que não comessem as uvas; que os proprietários trancavam seus empregados à chave para impedi-los de se reunirem ou de estudarem à noite”. A eficácia do fascismo derivava, pois, dessa aderência à ética social pre-dominante na Itália, arrastando demagogicamente até setores populares na sua voragem. E, numa evidente objetivação daquela dolorosíssima experiência, Gramsci denuncia a incapacidade dos dirigentes socialistas, mesmo os “revolucionários”, de se ligarem organicamente às massas e estancarem o avanço reacionário."] –
RCO
Ratinho Jr é parte de uma oligarquia por que “É oligarquia porque opera em rede familiar empresarial e política, com muito dinheiro, capitais e recursos de pai para filho, dentro da mídia, de partidos e do parlamento.”

P.S . A ciência investiga e conhece o real, o que já é extremamente difícil e complexo. Quem propõem a transformação é a práxis coletiva de mudança. Não seria apenas uma pequena vanguarda científica que pode mudar a sociedade e sim grandes forças sociais dela mesma, quando chegar o momento e a conjuntura. Conhecer já é um grande primeiro passo para quem quer mudar e transformar a sociedade.


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