sábado, 28 de outubro de 2017

O judiciário brasileiro é um dos principais responsáveis pelo atraso nacional, pela crise política e pelo golpe de 2016

. Além dos graves problemas do executivo e do legislativo, como o familismo, a corrupção e os interesses privados, o corporativismo no judiciário é o pior dos três poderes. Hoje mesmo observamos o STF, pelo ministro Lewandowski, rejeitar investigações no documentado esquema da JBS para compra de decisões no STJ por meio da advogada Renata Araújo, filha da desembargadora Maria do Carmo Cardoso. Também hoje mais uma turma do STJ rejeitou mais um pedido de suspeição do juiz Moro feito pela defesa de Lula, mesmo depois de inúmeras provas, evidências, declarações, fotografias e interceptações telefônicas completamente ilegais e reveladoras, o que desmoraliza ainda mais o judiciário, o legislativo e o executivo golpistas, sempre protegendo os mais corruptos e réus confessos, como Temer, Aécio e seus familiares e cúmplices menores na caricata República de Bananas que se tornou o Brasil com esse bloco golpista no poder. Não existe nem a propalada autonomia do direito burguês e nem do judiciário do Estado burguês nessa conjuntura explicitamente golpista. A sociologia crítica explica os flagrantes esbulhos e isenções porque boa parte dos juízes pertence à mesma classe alta, a mesma elite hereditária da classe dominante tradicional, os portadores de foros especiais, privilegiados e inimputáveis pelo sistema deles. Somente ingênuos, desinformados e ideologicamente engambelados pensavam que um juiz seria um herói republicano, um justiceiro meritocrático vindo e defendendo uma classe média que nunca foi. Boa parte dos magistrados e ministros do judiciário representam os interesses da classe alta, servem uma justiça seletiva, corporativa e politicamente dirigida aos interesses de sua própria classe dominante e de suas agendas políticas extorsivas. Tal como na análise de outros componentes da elite brasileira, a hereditariedade é muito importante para o núcleo duro do judiciário brasileiro, boa parte filhos e netos das altas burocracias estatais e privadas, gente sempre no poder, com altos rendimentos e acostumados às mordomias e aos privilégios nababescos dos que sempre viveram há gerações, nas bolhas de privilégios estatais e privados dos poderes estabelecidos do status quo dominante.
RCO


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