sexta-feira, 30 de junho de 2017

Uma das funções da Justiça é personificar o sentimento de frustração da sociedade. Quando a Justiça inocenta alguém que juramos ser culpado, essa suposta culpa passa para um segundo plano. Já não mais dizemos "aquele criminoso merece cadeia", mas sim "essa é a Justiça desse país", ou "juiz comprado", entre outros maldizeres. O sentimento acusador fica difuso, perde força. O crime que antes víamos com clareza se torna quase uma miragem. O dedo que apontava para o investigado, denunciado ou réu, passa a ser direcionado para a Justiça. Vale dizer, para o nada, já que a Justiça é uma entidade distante em tudo, inclusive nas roupas que usa e na língua que fala. Eis mais um motivo para Aécio e Rocha Loures brindarem o dia de hoje com seus vinhos preferidos.

Marcelo Amorim

Nenhum comentário: