sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

NENHUM DIREITO A MENOS! MAIS EDUCAÇÃO, MENOS GOLPE!



A partir de hoje, cada jovem estudante do ensino médio brasileiro terá acesso a apenas um quinto do conhecimento a quem tem direito garantido em lei; a partir de hoje esses jovens e suas escolas viverão a farsa do ensino em tempo integral, que atenderá a menos de 4% da matrícula e com a manutenção das condições precárias em que se encontram suas escolas. Os jovens das escolas públicas, a partir de hoje, estarão em condições ainda mais desiguais de conseguir uma vaga no ensino superior; e viverão também a farsa da formação técnica e profissional, que se dará de forma aligeirada e dissociada da formação científica básica. A partir de hoje, os professores e professoras do ensino médio terão que dar aulas em ainda mais escolas, para completar a carga horária devido ao parcelamento do currículo em cinco itinerários formativos. Em contrapartida, a partir de hoje, assistiremos ao regozijo do setor privado com a oferta de cursos técnicos, precários, mas bem remunerados. E com a oferta de cursos a distância que vão substituir parte da formação presencial. A partir de hoje veremos o vale-tudo na formação de professores com a habilitação para docência por “notório saber”, e, com isso, cada vez mais o enfraquecimento da carreira docente. Enterra-se, na data de hoje, qualquer possibilidade de uma educação escolar pública para a juventude brasileira, sobretudo para aquela mais empobrecida e periférica, que já sofre com o descaso da sociedade e do Estado. Nada a comemorar, nesta data de 08 de fevereiro de 2017, em que o Senado Federal vota a Medida Provisória 746/PLV 34/16, a reforma do ensino médio proposta pelo governo Temer, que desfere assim um duro golpe na educação brasileira, golpe atestado pelo parecer do Procurador Geral da República em ação direta de inconstitucionalidade, que sustenta que a medida provisória não atende aos pressupostos de urgência e relevância, como exige a Constituição Federal.

Monica Ribeiro

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