quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Fahrenheit 451

 (...) Gosto de observar as pessoas. Às vezes ando de metrô o dia todo e fico olhando e ouvindo o que elas dizem. Tento imaginar quem são e o que querem e para onde vão [...] Às vezes ando de mansinho pelo metrô só para ficar escutando. Ou fico à escuta nos bebedouros de refrigerantes, e sabe de uma coisa?
— O quê?
— As pessoas não conversam sobre nada.
— Ah, elas devem falar de alguma coisa!
— Não, de nada. O que mais falam é de marcas de carros ou roupas ou piscinas e dizem: "Que legal!".
Mas todos dizem a mesma coisa e ninguém diz nada diferente de ninguém.

Do romance "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury

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