Ricardo Costa de Oliveira...........“A Periferia Pede
Passagem: Trajetória social e Intelectual de Mano Brown”. Filho de pai porteiro
e mãe diarista, o sociólogo cresceu numa Cohab... Precisamos de mais
intelectuais, teses e sociólogos de origens populares porque a sua sociologia
poderá ser um olhar crítico e detalhado das realidades periféricas, populares e
subalternas. Interessante escolha de tema de pesquisa. O que leva um sociólogo a
escolher "livremente" um tema sempre é uma autobiografia na forma de
uma autossociologia do que se vive, do que incomoda, do que deve ser dito e
pesquisado. As dimensões de classe, etnia, gênero e principalmente ideologia
atuam de forma direta. O que se fala, como escolher um objeto, como se escreve,
o que se silencia, todas conceituações passam por estas categorias
estruturantes e ambiências vividas. Toda sociologia é profundamente política e
biográfica. Precisamos de sociólogos periféricos críticos, que jamais devem
esquecer a ideologia de uma sociologia oficial da ordem dominante, com alguns
pseudo formalismos e rigorismos, frutos de inseguranças sociais e políticas dos
que vieram mais de baixo na sociedade de classes, vítimas de preconceitos e que
procuram apenas o verniz uma sociologia importada, estrangeira e colonizada,
supostamente técnica, profissional, asséptica, uma ciência social acrítica e
defensora da ordem desigual. Todos sempre sentirão as pesadas influências e
heranças da própria condição humana, familiar, social, política e identitária
de qualquer cientista social. Origens já determinam em boa parte as atitudes,
os horizontes ideológicos de qualquer texto e mesmo a escolha do tema nas
ciências sociais. Na verdade é o objeto sociológico, o tema de pesquisa, que
também escolhe o sociólogo.
Uma tese de doutorado sobre Mano Brown e a periferia
“A Periferia Pede Passagem: Trajetória social e Intelectual
de Mano Brown”. Tese de doutorado explica que líder dos Racionais MC's é um
intelectual
Roseli Bregantin Advogada Com certeza, Professor, e por isso
é tão importante que o lugar de fala do pesquisador seja explícito, e não se
esconda atrás de um total distanciamento do objeto para que suas observações
ganhem status de isenção. Estudar é sempre uma forma racional de lidar com as
nossas paixões e incomodos.
Marcio Mittelbach Olha aí, Sandro F. Paim, sobre o q vc estava
tentando me dizer ontem...
Paulo Cesar Da Silva Acompanho a carreira do Mano desde o
início.E o nojo que a polícia tem dos negros e pobres?Notório na obra de
Mano,Eduardo e outros rappers!
Danilo Svirbul Vieira A academia ainda tem sua estrutura
baseada no elitismo intelectual daqueles que possuem os meios para alcançá-la.
A resistência intrínseca para aceitar intelectuais de origem
"marginal" sempre foi muito evidente, ainda mais por se tratar de um
núcleo do qual a residência é nativa das classes médias/altas. Ora, não se faz
pesquisador de barriga vazia, e sabemos como é difícil se manter vivo neste meio
sem as condições necessárias para um bom estudo, tendo que deliberar entre as
complicações de uma vida privada penosa e toda a carga de desconfiança dos
pares dentro da universidade. Que se façam mais destes pesquisadores, que se
quebrem esses paradigmas elitistas dos cursos (principalmente de humanas) e que
sociólogos de origens periféricas possam dar voz para aqueles que costumam ser
apenas um objeto de estudo distante.
Valeria Tuleski Prof., na sua frase sobre os sociólogos, a
questão é essa: Todo o cientista social sentirá as heranças que sofre em termos
de determinações culturais? DE minha parte, tão importante quanto teses de
doutorado que conseguem vir a público de uma maneira mais bem acabada, também
precisávamos de jornalistas que sabem dialogar com as CS. Tenho encontrado um
abismo entre uns e outros...
Valeria Tuleski A frase é: Todos sempre sentirão as pesadas
influências e heranças da própria condição humana, familiar, social, política e
identitária de qualquer cientista social. Desculpe-me a confusão.
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