“O desenvolvimento não pode ser matéria de decretos, nem é
assim que uma nação aprende de outra. Uma elite não pode, pela compulsão, pela
ideologia, gerar a nação. A nação que quer se modernizar sob o impulso e o
controle da classe dirigente cria uma enfermidade, que a modernidade, quando
aflorar, extirpa, extirpando os Modernizadores. Todos os países que sofreram
modernizações (...) expulsaram, para que o desenvolvimento se irradiasse ao
povo, a elite, a classe dirigente, a burocracia (...). A modernidade emergiu
com a ruptura, construindo, sobre a ruína das autocracias o desenvolvimento,
capaz de se sustentar com o movimento próprio, eliminando, juntamente com os
males antigos, os males modernos. Todos deixaram de ser uma dualidade, uma
imobilizada oposição de direções, para revelarem sua identidade cultural, num
vôo próprio, dentro do universo, libertos da tradição e da contemplação
nacional.”
.
- Raymundo Faoro, em "Existe um pensamento político
brasileiro?". São Paulo: Ática, 1994, p. 113.
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