sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A mulher do fazendeiro

A mulher do fazendeiro
O guisado misturado
A lascívia do seu campo,
Sua vida local em Illinois,
Onde todos os acres parecem
Fábricas de vassouras flurescentes:
--já faz agora dez anos
que ela é seu hábito;
e novamente hoje de noite
ele dirá vamos, doçura
e ela não lhe dirá o quanto além disso é preciso
para viver, quanto mais do que esta
breve ponte luminosa
da cama estridente ou ainda
mais do que seus lentos toques em Braille
como os de um pesado deus tornado leve,
esta velha pantomima do amor
que ela deseja, embora
isso continue a deixa-la sozinha ,
mais uma vez de volta a si,
a mente separada da dele, vivendo
a si mesma com suas próprias palavras
e detestando a umidade da casa
que neles permanece quando finalmente jazem
em sonhos separados
e a maneira como ela olha para ele
que está ainda forte no envoltório rubicundo
do seu sono habitual, enquanto dela
os anos jovens se estiolaram na mesma
cama de casal
e ela o deseja aleijado ou poeta,
ou ainda mais, solitário, ou, às vezes,
melhor, meu amado: morto”
.
The farmer's wife
From the hodge porridge
of their country lust,
their local life in Illinois,
where all their acres look
like a sprouting broom factory,
they name just en years now
that she has been his habit;
as again tonight he'll say
honey bunch let's go
and she will not say how there
must be more to living
than this brief bright bridge
of the raucous bed or even
the slow braille touch of him
like a heavy god grown light,
that old pantomime of love
that she wants although
it leaves her still alone,
built back again at last,
mind's apart from him, living
her own self in her own words
and hating the sweat of the house
they keep when they finally lie
each in separate dreams
and then how she watches him,
still strong in the blowzy bag
of his usual sleep while
her young years bungle past
their same marriage bed
and she wishes him cripple, or poet,
or even lonely, or sometimes,
better, my lover, dead.


- Anne Sexton, em "Antologia da nova poesia norte-americana". [seleção, tradução e notas de Jorge Wanderley]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992.

fonte :Frau Kurten
6 de setembro às 21:51 ·

Nenhum comentário: