sábado, 5 de dezembro de 2015

Saladino e os Assassinos



Os Assassinos foram uma seita xiita que se estabeleceu na Pérsia e na Síria,entre os séculos XI e XIII, e constituíram, no universo social e religioso islâmico daquele momento, comunidades consideradas heréticas e extremistas pela maioria moderada do Islã sunita. Seus seguidores faziam parte da “Nova Pregação” da facção ismaelita do xiismo. A cisão ismaelita surgiu em 765, quando Ismail, filho do sexto imã Jafar al-Sadiq, foi deserdado por seu temperamento extremista. O grupo que o seguiu ficou conhecido como ismaelita. Formaram uma facção secreta, ativa, coesa e organizada que, no século X, converteu a dinastia dos árabes fatímidas, (futuros) governantes do Egito, à sua fé. No entanto, a institucionalização do califado fatímida no governo do Egito levouo à moderação e forçou-lhe a adotar uma atitude de tolerância; por essa razão,uma cisão ocorreu entre os ismaelitas. Os insatisfeitos, liderado por Hasan ibnSabah, migraram para a Pérsia, onde seu movimento da Nova Pregação floresceu a partir da fortaleza de Alamut – surgiu assim a seita dos Assassinos.O imaginário que se criou em torno dessa seita era o de fanáticos hereges,que obedeciam cegamente seu líder, dando-lhe o poder sobre suas vidas e mortes. Pretendiam restaurar a pureza da comunidade islâmica, não poupando meios paraisso. Começaram então a prática pela qual ficariam conhecidos: a de atentados contra a vida de lideranças políticas hostis. Sua primeira vítima fora o vizir persa Nizam al-Mulk. Fontes ocidentais e orientais, segundo Lewis 66, apontam para os mesmos elementos na descrição dos Assassinos. Alguns membros eram tidos pelo chefe como “eleitos” para o sagrado martírio, sendo o Paraíso a recompensapor sua missão. Em rituais secretos, o chefe oferecia aos emissários assassinos uma poção que lhes anteciparia as visões do Paraíso, através do efeito do haxixin (haxixe), de onde deriva o nome da seita – Assassinos – e o significado de“homicídio” que a palavra “assassinato” adquiriu nas línguas européias.

P66 Cf. LEWIS, B., Os Assassinos.

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