domingo, 1 de fevereiro de 2015

Desde o final dos anos 70 existem três maneiras "fáceis" de rápido enriquecimento: Entrar no tráfico de drogas, criar uma igreja evangélica e abrir um partido político (alguns brilham nas três atividades ou carreiras ao mesmo tempo, como é sabido). As eleições das mesas diretoras no Senado, Câmara e Assembleias representam um dos maiores espetáculos do festival de dinheiro fácil, sem fiscalização, na riquíssima ilha da fantasia do poder legislativo brasileiro. Alguns dos melhores livros sobre o ethos e a cultura parlamentar foram escritos por Lúcio Vaz - "A Ética da Malandragem" e os "Sanguessugas do Brasil", que deveriam ser atualizados após cada eleição legislativa. Um sistema partidário com quase 30 partidos no legislativo é o templo dos negócios e do fisiologismo no atacado, com presidentes reféns dos esquemas e a grande estrela partidária da fisiologia é o PMDB, um partido herdado da ditadura militar corrupta ao lado da antiga ARENA e do PDS (já extintos e sucedidos por outros partidos nas suas raízes clientelistas). Nenhuma democracia mundial tem quase 30 partidos no parlamento. Um partido político deve governar e ser situação porque venceu as eleições, já quem perdeu deve ser oposição, criticar e fiscalizar. No Congresso brasileiro e nas Assembleias estaduais existe o grande partido do corporativismo unido, quando todos se unem para usufruir as polpudas verbas e fortunas dos orçamentos superdimensionados do poder legislativo nas mesas diretoras. No Paraná o jogo já se definiu com o deputado Traiano e o apoio integral da bancada do PMDB, bem representativos da malfadada superficialidade incompetente da gestão Richa-PSDB . No Senado joga o campeão Renan, ex-ministro da justiça de FHC e na Câmara o atual símbolo magno do "sabotador da república" Eduardo Cunha, que até abriu um bar parlamentar de ocasião. Os chefes desfilam e comandam os processos no melhor estilo do PMDB velho de guerra. As tais das jornadas "progressistas" de junho de 2013 só produziram um parlamento ainda mais fisiológico e conservador em 2015.


Ricardo Costa de Oliveira

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