sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A cor que decompõe a noite
A mesa à qual eles se sentam
O copo na lareira
A lâmpada é um coração que se esvazia
É um outro ano
Uma nova ruga
E você já pensou
A janela espalha um quarteirão azul
A porta é mais íntima
Uma separação
O remorso e o crime
Adeus eu caio
Sobre os doces braços que me sustentam
Com o canto dos olhos eu vejo os que estão bebendo
Eu nem tento me mover
Eles estão sentados
A mesa é redonda
E minha memória também
Eu me lembro de todo o mundo
Mesmo daqueles que se foram

PIERRE REVERDY (Tradução de Andre Caramuru Aubert)

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