domingo, 2 de fevereiro de 2014

Mandarim

"Ideias exatas, expressas numa forma sóbria, não nos interessam: o que nos encanta são emoções excessivas traduzidas com um grande fausto plástico de linguagem.

Espíritos assim formados devem sentir necessariamente um distanciamento por tudo o que é realidade, análise, experimento, certeza objetiva. O que os atrai é a fantasia, sob todas as formas, desde a canção até a caricatura; também em arte, somos sobretudo, líricos e satíricos. Ou ficamos com os olhos voltados em direção às estrelas, deixando nossos corações murmurar; ou, se lançamos um olhar para o mundo que nos rodeia, é para rir dele com amargura. Somos homens de emoções e não de raciocício."


(Eça de Queirós, em carta que seria prefácio do Mandarim, 1884)

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