sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Algo existe num dia de verão,
No lento apagar de suas chamas,
Que me impele a ser solene.

Algo, num meio-dia de verão,
Uma fundura — um azul — uma fragrância,
Que o êxtase transcende.

Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Que só para ver aplaudo —

E escondo minha face inquisidora
Receando que um encanto assim tão trêmulo
E sutil, de mim se escape.

Emily Dickinson

(Tradução de Lúcia Olinto)

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